PL quer Tarcísio como sucessor de Bolsonaro, mas Eduardo ameaça rachar a direita e busca candidatura própria

PL quer Tarcísio como sucessor de Bolsonaro, mas Eduardo ameaça rachar a direita e busca candidatura própria

Movimento no PL cria divisão interna, com Eduardo Bolsonaro se preparando para deixar a sigla caso Tarcísio se filie e dispute a presidência.

O PL parece estar pronto para dar o próximo passo na disputa presidencial de 2026, com Tarcísio de Freitas (Republicanos) sendo apontado como o sucessor natural de Jair Bolsonaro. Valdemar Costa Neto, presidente do partido, revelou que, caso Tarcísio decida disputar o Palácio do Planalto, ele se filiará ao PL, o que geraria um forte movimento de consolidação do bolsonarismo dentro da legenda.

No entanto, a estratégia do PL não caiu bem entre Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, e seu grupo político. Segundo aliados de Eduardo, essa movimentação seria uma tentativa de eliminar Bolsonaro da política e tomar posse do capital político construído pelo ex-presidente. Para Eduardo, o movimento representa uma tentativa de monopolizar o bolsonarismo, desconsiderando o legado político da família.

Aliado próximo de Eduardo, o ex-apresentador da Jovem Pan Paulo Figueiredo afirmou que “90% das chances” indicam que o deputado deve deixar o PL se Tarcísio se filiar. Nesse cenário, Eduardo buscaria outro partido para se lançar como candidato à presidência da República, consolidando uma ruptura na direita e aprofundando a divisão interna.

O próprio Tarcísio, por sua vez, tem feito uma agenda intensa e com forte tom de pré-campanha ao Palácio do Planalto, mas insiste em afirmar publicamente que seu foco está na reeleição para o governo de São Paulo.

O jogo de poder no PL

A movimentação dentro do PL reflete a disputa interna por sucessão política, onde o nome de Tarcísio surge como o candidato a representar o campo bolsonarista em uma tentativa de continuidade do legado do ex-presidente. Porém, ao tentar colocar o governador paulista como o “sucessor natural”, o PL enfrenta uma resistência interna crescente, especialmente de Eduardo Bolsonaro, que vê sua chance de se posicionar como líder da direita ameaçada.

O cenário está em aberto: caso o movimento de Tarcísio no PL se concretize, isso pode resultar na fragmentação da direita, com Eduardo buscando outras siglas para concorrer à presidência, colocando em risco a unidade do campo político que elegeu Bolsonaro em 2018 e 2022.

Em um cenário de disputa aberta, Eduardo Bolsonaro se prepara para desafiar a liderança de Tarcísio, consolidando sua candidatura por outro partido, o que pode resultar em uma disputa acirrada pela herança política de Bolsonaro, dividindo ainda mais o campo da direita.