O deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) voltou ao centro do tabuleiro político mineiro. Após anos de atuação discreta, o ex-governador se reposiciona como um dos nomes mais influentes da sucessão estadual em 2026. Oficialmente, nega qualquer plano de disputar o Palácio Tiradentes, mas seus movimentos recentes indicam que, seja como candidato, seja como articulador, terá papel decisivo no processo.
À frente da reconstrução do PSDB, Aécio busca reposicionar a legenda em um cenário de fragmentação. O partido perdeu espaço nos últimos anos, mas o deputado trabalha para recuperar protagonismo com alianças estratégicas dentro e fora de Minas. O apoio declarado à reeleição do prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), e a aproximação com setores do MDB e do Republicanos sugerem a tentativa de formar uma coalizão de centro, alternativa tanto ao bolsonarismo quanto ao campo petista.
Nas redes sociais, também adotou uma postura mais ativa. Sua comunicação passou por profissionalização, com vídeos de alta qualidade e ênfase no legado de sua gestão como governador (2003-2010). O discurso aposta em equilíbrio e moderação, em contraste com a polarização nacional. Um vídeo recente, no qual rebateu o ministro Fernando Haddad (PT-SP), alcançou mais de 1 milhão de visualizações no Instagram, reforçando seu alcance digital.
Mesmo sem confirmar candidatura, Aécio aparece entre os cotados para a disputa. Pesquisa do Real Time BigData mostrou o tucano em primeiro lugar no cenário sem a presença de Nikolas Ferreira (PL) e Cleitinho Azevedo (Republicanos), sinal de que seu nome mantém recall relevante no eleitorado mineiro.
Nos bastidores, aliados avaliam que Aécio joga em duas frentes: mantém a porta aberta para concorrer, mas também se prepara para atuar como “kingmaker”, a liderança capaz de definir o rumo da eleição com seu apoio. Esse duplo papel reforça sua centralidade em Minas, onde historicamente a moderação e a construção de amplas alianças costumam ser decisivas.
Se entrará diretamente na disputa ainda é incerto. A decisão dependerá de sua capacidade de atrair prefeitos e partidos para uma base sólida até 2026. Mas um ponto já parece claro: Aécio voltou a ser protagonista na política mineira, esteja na urna ou nos bastidores.