O deputado federal Aécio Neves (PSDB) marcou presença nesta segunda-feira (15/9) na propaganda partidária do PSDB em Minas Gerais com duras críticas ao governador Romeu Zema (Novo) e à proposta de privatização da Copasa, da Cemig e da Codemig. A peça foi veiculada no mesmo dia em que a Assembleia Legislativa (ALMG) analisou o projeto que retira a obrigatoriedade de referendo popular para a venda da Copasa.
No vídeo, Aécio afirma que o PSDB “está aqui para defender o patrimônio dos mineiros” e acusa o governo estadual de “sucatear as estatais para entregá-las à bacia das almas”. O discurso resgata o slogan “Minas não está à venda”, usado por Antonio Anastasia em 2018, quando foi derrotado por Zema.
O parlamentar também recorda sua gestão como governador, quando, segundo ele, Cemig, Copasa e Codemig eram motivo de orgulho dos mineiros e tinham seus lucros revertidos em programas sociais. Outras inserções exaltam indicadores de educação, saúde e segurança durante os governos tucanos. Para o presidente estadual do PSDB, Paulo Abi-Ackel, Minas “perdeu relevância política” após a saída dos tucanos do comando do estado.
No cenário nacional, Aécio tem buscado reposicionar o PSDB como alternativa à polarização. Em outra peça veiculada na semana passada, afirmou: “Chega de tanto radicalismo e de tanta inconsequência. De um lado, o governo do PT que não entrega nada. De outro, essa oposição radicalizada que vem trazendo prejuízos sérios ao Brasil”.
Aliados dão como certo que Aécio deve reassumir a presidência nacional do partido em novembro. Ele já comandou a sigla entre 2013 e 2017 e, desde 2023, preside o Instituto Teotônio Vilela, de onde vem articulando sua volta ao centro do tabuleiro político.
Em Minas, o deputado tem intensificado reuniões com lideranças e aparece em pesquisas internas como possível candidato ao governo em 2026. O movimento o coloca em rota de colisão com o vice-governador Mateus Simões (Novo), pré-candidato de Zema ao Palácio da Liberdade. Os dois já trocaram farpas públicas neste ano, quando Simões responsabilizou os governos tucanos pela obra da Cidade Administrativa, e o PSDB reagiu chamando o vice de “inexperiente”.