Rubio ataca STF e promete novas medidas dos EUA após condenação de Bolsonaro

Secretário de Estado americano fala em “juízes ativistas” e sinaliza sanções contra autoridades brasileiras já na próxima semana

Rubio ataca STF e promete novas medidas dos EUA após condenação de Bolsonaro
ANDREW CABALLERO-REYNOLDS / AFP
Marco Rubio

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, voltou a criticar a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Em entrevista à Fox News, Rubio classificou os ministros da Corte como “juízes ativistas” e afirmou que novas medidas de retaliação devem ser anunciadas já na próxima semana.

Segundo ele, o julgamento foi “mais um capítulo de opressão judicial” que, além de atingir Bolsonaro, buscaria impor restrições a cidadãos e empresas americanas. “Haverá uma resposta dos EUA a isso, e teremos anúncios em breve sobre quais medidas adicionais pretendemos tomar”, declarou o secretário, em entrevista reproduzida pelo próprio Departamento de Estado.

Rubio já havia prometido reação após a Primeira Turma do STF condenar Bolsonaro a 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado. Na ocasião, ele escreveu que os EUA “responderiam de maneira adequada a essa caça às bruxas”. Autoridades brasileiras avaliam que as próximas medidas podem incluir sanções individuais, como já ocorreu contra o ministro Alexandre de Moraes, alvo da chamada Lei Magnitsky em julho.

Além de Moraes, outros sete ministros do STF tiveram vistos suspensos pelo governo americano, à exceção de Kassio Nunes Marques, André Mendonça e Luiz Fux — este último votou pela absolvição do ex-presidente. Há ainda a possibilidade de restrições a integrantes da comitiva do presidente Lula na Assembleia Geral da ONU, em Nova York.

Nos bastidores do Planalto, auxiliares de Lula avaliam que o episódio fortaleceu a imagem internacional do Brasil, ao mostrar resistência à “chantagem tarifária” de Washington. A relação, contudo, segue tensionada: além das ameaças de sanções, o governo americano mantém em curso investigações sobre práticas comerciais consideradas desleais, como o impacto do Pix sobre empresas de cartões de crédito.