
A recente operação “Rejeito” da Polícia Federal, que desvendou um esquema de corrupção envolvendo servidores da Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Minas Gerais (Semad) e mineradoras, pode ter consequências sérias para as ambições presidenciais do governador Romeu Zema (Novo). Com a investigação revelando a emissão ilegal de licenças ambientais, o caso ganhou enorme repercussão e pode ser usado pela oposição para enfraquecer a candidatura de Zema, que já oficializou sua pré-candidatura à Presidência da República para as eleições de 2026.
A operação revelou um esquema de corrupção no qual servidores da Semad teriam cobrado propinas para a liberação de licenças ambientais, com potencial econômico de cerca de R$ 18 bilhões, conforme informou a investigação. A operação está sendo vista como o maior escândalo de corrupção no governo de Zema, justamente em um momento crucial para sua pré-candidatura à presidência. Durante a semana, a oposição na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) intensificou críticas ao governador, com o deputado Lucas Lasmar (Rede) afirmando que Zema estava “pactuando com um crime de sonegação de impostos” enquanto almeja o cargo de presidente.
O caso gerou críticas ainda nas redes sociais, onde muitos questionaram o governador sobre o escândalo, acusando-o de omissão. Inicialmente, Zema adotou uma postura de silêncio, limitando-se a um comunicado institucional, o que acabou gerando mais críticas. A medida foi interpretada como uma tentativa de evitar repercussões eleitorais negativas, já que a investigação pode enfraquecer sua imagem enquanto candidato presidencial.
Especialistas, como o cientista político Adriano Cerqueira, indicam que Zema optou por uma abordagem cautelosa, dada a necessidade de esclarecer os detalhes do envolvimento dos servidores. No entanto, para o professor Lucas Gelape, da UFMG, não há dúvida de que o escândalo será uma sombra durante sua campanha para o Palácio do Planalto em 2026. A oposição certamente utilizará o caso para questionar a gestão de Zema, tornando inevitável a exploração política do episódio.
O escândalo envolvendo a corrupção no setor ambiental coloca o governador Zema em uma posição delicada, com impactos diretos sobre sua imagem e suas perspectivas eleitorais para 2026. Embora ele tenha tentado se esquivar das perguntas sobre o caso, o fato de estar no centro de uma investigação tão significativa não pode ser ignorado pelos eleitores e pela oposição.