Operação da PF aponta decreto de Zema como facilitador em esquema bilionário ambiental

Norma assinada em 2024 teria flexibilizado licenciamento e beneficiado grupo acusado de movimentar mais de R$ 1,5 bilhão, segundo investigação

Operação da PF aponta decreto de Zema como facilitador em esquema bilionário ambiental
FÁTIMA MEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Zema

A Polícia Federal deflagrou, no último dia 17, uma operação contra crimes ambientais em Minas Gerais que colocou em evidência um decreto assinado pelo governador Romeu Zema (Novo) em novembro de 2024. A medida, que flexibilizou regras de licenciamento ambiental no estado, é apontada pelos investigadores como um dos instrumentos que favoreceram empresas ligadas a um esquema bilionário.

De acordo com a apuração, o grupo sob investigação teria movimentado mais de R$ 1,5 bilhão em autorizações e benefícios obtidos a partir da mudança legal. Mensagens interceptadas pela PF revelam diálogos entre o ex-presidente da Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam), Rodrigo Franco, e o ex-deputado João Alberto Lages, descrito como um dos articuladores do esquema.

Nas conversas, Franco aparece cobrando repasses de Lages, com menções diretas ao decreto de Zema como peça essencial para destravar liberações de projetos ambientais. Ambos foram presos durante a operação.

As revelações ampliam a pressão política sobre o governo mineiro, uma vez que o decreto passa a ser analisado não apenas sob a ótica administrativa, mas como possível engrenagem de um esquema criminoso.