Integrantes do partido Novo no Rio de Janeiro cobram explicações da executiva estadual sobre o destino de recursos do fundo eleitoral nas eleições municipais de 2024. O caso envolve a distribuição de verbas destinadas a candidaturas femininas e negras, levantando suspeitas de desvio e má utilização.
Segundo revelou a Folha de S. Paulo, o Novo que lançou a pré-candidatura do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, à Presidência em 2026 sempre criticou o uso de recursos públicos em campanhas. No entanto, em 2024, a legenda decidiu utilizar pela primeira vez sua fatia do fundo eleitoral, repassando R$ 37,1 milhões para candidatos em todo o país.
No Rio, os questionamentos surgiram após a destinação de R$ 109 mil à candidata a vereadora Débora Pontes, que obteve apenas 618 votos, recebendo mais recursos que Pedro Duarte, vereador já consolidado do partido e reeleito com 15.404 votos. Em vídeo de reunião interna, dirigentes locais teriam admitido que parte da verba de Pontes foi utilizada para cobrir despesas da campanha majoritária do partido na capital.
Outro ponto polêmico envolve a candidata negra Karol Vicente, de Barra do Piraí, que afirmou em áudio que os recursos destinados à sua campanha teriam sido desviados por dirigentes locais. A denúncia foi encaminhada à comissão de ética nacional do Novo e também ao Ministério Público do Rio, que não encontrou provas concretas, mas ainda analisa as prestações de contas do partido referentes a 2024.
Em nota, o diretório estadual do Novo negou irregularidades e destacou que todas as contas foram aprovadas pela Justiça Eleitoral até o momento. A legenda afirmou que a distribuição dos recursos respeitou a legislação e considerou critérios como potencial eleitoral, currículo e andamento das campanhas.