PP quer obrigar diretórios do Nordeste a romper com Lula se Tarcísio for candidato à Presidência

Partido busca unidade nacional em torno do governador de São Paulo e estuda indicar Ciro Nogueira como vice na chapa

PP quer obrigar diretórios do Nordeste a romper com Lula se Tarcísio for candidato à Presidência
Pedro França/Agência Senado
Ciro Nogueira

O Progressistas (PP) planeja determinar que seus diretórios estaduais e municipais adotem uma posição de oposição ao governo Lula caso o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), seja confirmado como candidato à Presidência da República em 2026. A estratégia, segundo apuração do Estadão, tem como objetivo formar um grupo coeso e sem fragmentações em torno de uma eventual candidatura de Tarcísio, considerada hoje a mais competitiva da direita.

A cúpula do PP também defende que o presidente nacional do partido, senador Ciro Nogueira (PI), seja indicado para compor a chapa como vice-presidente, reforçando a aliança com o campo bolsonarista e o Centrão. Apesar do desembarque oficial do partido do governo federal anunciado no início de outubro, algumas lideranças regionais do Nordeste — especialmente na Bahia, na Paraíba e no Maranhão — ainda mantêm proximidade com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

No caso do Maranhão, o diretório estadual é comandado pelo ministro do Esporte, André Fufuca (PP), que recebeu ultimato da direção nacional para deixar o governo, mas ainda não sinalizou saída da Esplanada. A direção nacional, no entanto, considera fundamental alinhar os diretórios regionais, mesmo em redutos eleitorais de Lula, para consolidar o partido como uma força unificada na oposição.

Embora Tarcísio de Freitas reafirme publicamente sua intenção de disputar a reeleição ao governo de São Paulo, aliados no PP, no PL e em parte do Centrão defendem que ele entre na disputa presidencial. Pesquisas recentes o colocam como o principal nome da oposição e um dos únicos capazes de enfrentar Lula em um eventual segundo turno.

Dirigentes progressistas afirmam que a decisão final sobre a postura do partido dependerá do movimento de Jair Bolsonaro (PL), que ainda precisa definir se lançará Tarcísio oficialmente como seu candidato. Caso isso ocorra, a expectativa é que o PP unifique seu discurso em torno do governador paulista e adote uma linha nacional de oposição ao Planalto.