Governo Lula dobra gastos com publicidade na internet e aposta em influenciadores para ampliar alcance nas redes

Em ano pré-eleitoral, Secom já destinou R$ 69 milhões à comunicação digital e tem investido em nomes de médio alcance para dialogar com públicos fora da bolha petista

Governo Lula dobra gastos com publicidade na internet e aposta em influenciadores para ampliar alcance nas redes
Márcio Menasce / Divulgação
Lula e Freixo reúnem influenciadores em mega reunião no Centro do Rio

Em ano pré-eleitoral, o governo federal ampliou significativamente os investimentos em comunicação digital. De acordo com levantamento do O Globo, a Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom) já gastou R$ 69 milhões em publicidade na internet desde janeiro, valor 110% maior do que o registrado no mesmo período de 2024, quando foram aplicados R$ 33 milhões.

A nova estratégia de comunicação, conduzida pelo publicitário Sidônio Palmeira, que assumiu o comando da Secom em janeiro, tem como foco “furar a bolha petista” e alcançar eleitores de fora do campo tradicional da esquerda. Sob sua gestão, 25% do orçamento publicitário total passou a ser destinado à mídia digital — em 2024, durante a gestão do deputado Paulo Pimenta (PT-RS), o percentual era de 13,7%. Na época, a prioridade era a veiculação em rádios locais e televisão.

Segundo a reportagem, o governo tem apostado em influenciadores de médio porte, com perfis variados e públicos segmentados, para divulgar campanhas oficiais em redes sociais. Esses criadores de conteúdo são contratados pelas quatro agências publicitárias vinculadas à Secom, e não diretamente pelo governo. Os cachês médios giram em torno de R$ 20 mil por campanha.

Entre os nomes escolhidos está o apresentador João Kleber, conhecido pelo quadro “Teste de Fidelidade”, que protagonizou uma ação no calçadão de Osasco, em São Paulo, questionando pedestres sobre sua “fidelidade ao Brasil”. Outras campanhas envolveram influenciadores do setor financeiro, que entrevistaram o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e criadores alinhados à esquerda, como Laura Sabino, voltados ao público petista.

Além do aumento na verba digital, a Secom também expandiu os gastos com publicidade no cinema, que cresceram 93% no último ano — de R$ 1,1 milhão para R$ 2,1 milhões — impulsionados pelo bom momento do cinema nacional, que conquistou o primeiro Oscar da história do Brasil com o filme “Ainda Estou Aqui”.

O governo avalia que o investimento em influenciadores e novas plataformas é essencial para reverter o desgaste de imagem enfrentado no primeiro semestre, marcado por crises econômicas e polêmicas administrativas, e consolidar uma estratégia de comunicação mais eficiente às vésperas de 2026.