PGR pede condenação de sete acusados por fake news que levaram ao 8 de janeiro

Paulo Gonet diz que desinformação sobre urnas e ataques às instituições ajudaram a criar o ambiente para os atos golpistas de 2023

PGR pede condenação de sete acusados por fake news que levaram ao 8 de janeiro
Gabriela Biló - 11.set.25/Folhapress
O procurador-geral da República, Paulo Gonet.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, defendeu nesta terça-feira (14) a condenação dos sete réus acusados de disseminar desinformação sobre as urnas eletrônicas e de promover ataques contra comandantes militares contrários à tentativa de golpe de 2022. Segundo o chefe do Ministério Público Federal, as ações do grupo alimentaram o clima que culminou nos atos violentos de 8 de janeiro de 2023.

Durante o julgamento do chamado “núcleo da desinformação” no Supremo Tribunal Federal (STF), Gonet afirmou que os acusados atuaram de forma coordenada em uma “guerra informacional”, com o objetivo de gerar desconfiança nas instituições democráticas e fragilizar o sistema eleitoral. “Ficou claro o impacto do comportamento desses réus no desfecho violento do 8 de janeiro”, disse o procurador-geral, em sustentação oral que durou 50 minutos.

Entre os réus estão militares da ativa e da reserva — como Ailton Barros, Ângelo Denicoli e Reginaldo Vieira de Abreu — além de um policial federal e o presidente do Instituto Voto Legal, Carlos Cesar Rocha. Segundo a acusação, o grupo teria produzido e disseminado notícias falsas contra autoridades e instituições, “a fim de enfraquecer o prestígio popular da democracia e abrir caminho para sua adulteração”.

As defesas negaram a existência de organização criminosa, afirmando que os réus não se conheciam entre si e que o compartilhamento esporádico de links ou mensagens não caracteriza os crimes apontados na denúncia.

Os votos do relator, ministro Alexandre de Moraes, e dos demais integrantes da Primeira Turma do STF devem ser proferidos na próxima terça-feira (21).