Flávio Bolsonaro quer irmão de Lula na CPMI do INSS: “Vamos convocar esse anjinho”

Senador cobra explicações sobre o envolvimento do Sindnapi, onde Frei Chico é vice-presidente, em esquema que desviou milhões de aposentados.

Flávio Bolsonaro quer irmão de Lula na CPMI do INSS: “Vamos convocar esse anjinho”
Monalisa Lins
Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) defendeu a convocação de José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para depor na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga desvios bilionários de recursos de aposentadorias e pensões. A declaração foi feita nesta quarta-feira (15), em meio à pressão da oposição para ampliar as apurações sobre o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi). As informações são do site Estadão.

Mesmo não sendo alvo direto da investigação da Polícia Federal, Frei Chico é vice-presidente do Sindnapi, entidade apontada pelos investigadores como uma das que mais movimentaram valores no esquema. Segundo a PF, o sindicato teria recebido cerca de R$ 1,2 bilhão nos últimos seis anos, incluindo R$ 389 milhões em descontos automáticos aplicados sobre aposentadorias entre 2021 e 2025.

“Vamos convocar esse anjinho…”, ironizou Flávio Bolsonaro ao comentar o envolvimento do irmão de Lula na direção da entidade. “De acordo com a Polícia Federal, o Sindnapi, que tem o irmão do presidente como vice, foi o sindicato que mais desviou dinheiro de aposentados”, afirmou o senador.

Para o parlamentar, a oitiva de Frei Chico é necessária para esclarecer como o sindicato operava os repasses e quem autorizava as movimentações financeiras. O pedido de convocação deve ser apresentado à CPMI ainda nesta semana.

Em nota, a defesa do Sindnapi negou as acusações, afirmando que “repudia com veemência qualquer alegação de irregularidade ou prática de descontos indevidos”.

A CPMI do INSS foi criada para investigar fraudes e desvios em contratos de empréstimos consignados e repasses de sindicatos e associações ligadas a aposentados, esquema que, segundo a PF, pode ter causado prejuízo de bilhões de reais.