Governo do RS mantém avanço de alunos com até quatro reprovações

Mesmo sem atingir a média em algumas disciplinas, estudantes da rede estadual poderão seguir de ano em 2026. Medida exige reforço individualizado.

Governo do RS mantém avanço de alunos com até quatro reprovações

O Governo do Rio Grande do Sul decidiu manter, para o ano letivo de 2026, a chamada progressão parcial: uma política educacional que permite que alunos da rede estadual avancem de ano mesmo que não tenham atingido a média em até quatro disciplinas — desde que essas matérias estejam distribuídas em no máximo duas áreas do conhecimento.

A medida, que já está em vigor desde 2025, foi confirmada pela secretária-adjunta da Educação, Stefanie Eskereski. Segundo ela, a intenção não é promover uma aprovação automática, mas oferecer aos estudantes condições de recuperar o aprendizado sem a necessidade de repetir o ano inteiro.

“O que buscamos é oferecer oportunidades para que o estudante consolide as suas habilidades”, destacou a secretária.

Reforço individualizado começa no primeiro trimestre

Para garantir que o conteúdo pendente seja realmente aprendido, os estudantes que estiverem em progressão parcial deverão participar, já no início de 2026, de atividades de reforço individualizado. As escolas irão aplicar avaliações diagnósticas e elaborar planos personalizados de estudo, com foco nas lacunas de aprendizagem identificadas no ano anterior.

Ainda durante as férias, os alunos terão acesso a materiais de apoio para começar a preparação antecipadamente.

Aprovação mesmo com excesso de faltas

Outra regra que será mantida em 2026 é a dos chamados “estudos compensatórios de infrequência”. A prática permite que estudantes que ultrapassaram o limite de 25% de faltas possam realizar atividades complementares para evitar a reprovação por ausência.

A medida é pensada para alunos que enfrentaram situações excepcionais, como problemas de saúde ou questões familiares, mas desejam continuar os estudos.

O impacto no desempenho escolar

A política da progressão parcial também tem reflexos diretos nos indicadores de desempenho da rede estadual. O Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), principal métrica nacional, leva em conta tanto a taxa de aprovação quanto os resultados em avaliações externas.

Com mais alunos avançando de etapa, mesmo com defasagens, o índice de fluxo escolar melhora — mas, segundo a Seduc, isso só é válido se vier acompanhado de estratégias reais de aprendizagem.

Entenda como funciona a progressão parcial

A regra permite a aprovação quando o aluno é reprovado em até quatro disciplinas, desde que não ultrapassem duas áreas do conhecimento. Por exemplo: um estudante que não atingiu a média em Língua Portuguesa, Literatura, Física e Química poderá seguir para o próximo ano, pois está reprovado em duas disciplinas de Linguagens e duas de Ciências da Natureza.

Por outro lado, se a reprovação for em três matérias da mesma área (como Português, Literatura e Inglês), ou em disciplinas de três áreas diferentes, o aluno precisará repetir o ano.