Paes abre portas para aliança com PL de Bolsonaro: “Por amor ao Rio”

Prefeito sinaliza possibilidade de aproximação com direita, mesmo sendo aliado de Lula, em estratégia para fortalecer candidatura ao governo

Paes abre portas para aliança com PL de Bolsonaro: “Por amor ao Rio”

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), provável candidato ao governo estadual em 2026, deu sinais de que pode buscar uma aliança com o PL, partido do governador Cláudio Castro e do ex-presidente Jair Bolsonaro. Apesar de sua ligação com o presidente Lula (PT), Paes quer ampliar o leque de apoios e manter-se como favorito em um estado que já deu vitória a Bolsonaro em eleições passadas.

A declaração veio durante evento de filiação do deputado federal Luciano Vieira, ex-Republicanos, ao PSDB, e foi uma resposta indireta a comentários recentes do presidente municipal do PL, Bruno Bonetti, que condicionava o apoio a Paes à sua proximidade com Bolsonaro ou com o candidato que o ex-presidente indicar para a corrida presidencial.

“Alguém disse que essas especulações só teriam consequência se a gente fizesse uma dedicatória de amor a fulano ou beltrano. Eu não tenho dúvida de que vamos estar juntos, mas por um só amor. Por amor ao estado do Rio de Janeiro”, afirmou Paes, direcionando-se ao deputado federal Altineu Côrtes, presidente do PL no estado.

Enquanto isso, no Rio, o PL tem concentrado esforços na eleição para o Senado, já que ainda não há um candidato claro à disputa pelo governo. Rodrigo Bacellar (União), presidente da Assembleia Legislativa, perdeu força nos últimos meses, deixando a direita sem liderança definida.

Paes e Castro, que já tiveram momentos de tensão no início do ano, agora têm mantido conversas reservadas e aparecido juntos em eventos políticos, inclusive discutindo um possível “pacto de não agressão”, que dependeria de Castro permanecer no governo até o fim do mandato e não disputar o Senado.

Na esquerda, embora o apoio de partidos como PT, PSB e PDT a Paes seja considerado praticamente garantido, gestos de aproximação com a direita podem gerar debates internos, especialmente no PT, que deve passar por discussões mais acirradas no ano que vem.