Operação no Rio recoloca segurança pública no centro da disputa de 2026

Ação contra o Comando Vermelho amplia embate entre Lula e Cláudio Castro e antecipa o tom da campanha presidencial

Operação no Rio recoloca segurança pública no centro da disputa de 2026

A operação policial no Rio de Janeiro contra o Comando Vermelho reacendeu o debate sobre segurança pública e colocou o tema no coração da disputa política para 2026. O episódio, marcado por forte repercussão e críticas à condução da ação, escancarou a politização crescente em torno da violência e da atuação das forças de segurança — agora transformada em arma eleitoral entre governo federal e lideranças estaduais.

Apesar de ser uma responsabilidade constitucional dos estados, o envolvimento da União na segurança vem aumentando desde a primeira GLO, em 1992. O governo Lula tenta reforçar sua atuação com o pacote antifacção e operações como a Carbono Oculto, da Receita Federal, que revelou ligações do crime organizado com setores formais da economia. Mesmo assim, o discurso mais duro sobre segurança ainda é dominado pela direita, que explora o tema com forte apelo popular.

A crise se agravou quando o governador Cláudio Castro (PL) tentou atribuir a Lula a responsabilidade pela escalada da violência no estado, alegando que o governo federal não havia enviado blindados solicitados. O Ministério da Defesa respondeu que o pedido não seguiu o protocolo exigido — o que gerou troca de acusações entre aliados de Bolsonaro e o governo petista.

O impasse expôs a fragilidade de ambos os lados: de um lado, a dificuldade do PT em se firmar como referência na área; do outro, o desgaste do discurso punitivista associado à violência policial. Com Tarcísio de Freitas, Flávio Bolsonaro e Castro defendendo ações de confronto direto, o campo da direita tenta consolidar sua narrativa de força. Já o governo Lula, após o tropeço na fala sobre “traficantes vítimas”, tenta reposicionar o debate sob a bandeira da soberania e da repressão às facções.

O resultado é um cenário em que segurança pública deixa de ser apenas tema estadual e se torna pauta central da eleição presidencial, com reflexos diretos sobre a popularidade de Lula, o avanço de Tarcísio e a estratégia da oposição.

📊 A operação no Rio mostra que, entre erros, excessos e disputas políticas, a segurança será uma das pautas decisivas de 2026.