
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), determinou a instalação da CPI do Crime Organizado para a próxima terça-feira (4), em resposta à operação mais letal da história do Rio de Janeiro, que resultou na morte de quatro policiais e de mais de cem pessoas. A comissão será presidida pelo senador Alessandro Vieira (MDB-SE) e terá como objetivo investigar a estrutura, o funcionamento e a expansão de facções e milícias em todo o país.
“É hora de enfrentar esses grupos com a união de todas as instituições do Estado brasileiro, garantindo a proteção da população diante da violência que ameaça o país”, afirmou Alcolumbre ao anunciar a CPI. O presidente do Senado já havia declarado, na véspera, “apoio às forças de segurança” e defendido “um esforço coletivo de todas as esferas do Estado para proteger os cidadãos da violência que assola o país”.
A decisão ocorre em meio à repercussão nacional e internacional da operação no Rio e reacende o debate sobre segurança pública e crime organizado, tema que promete dominar o cenário político até as eleições de 2026.
Além da criação da CPI, o Senado também aprovou, em regime de urgência, um projeto que altera o Código de Processo Penal, ampliando as hipóteses de prisão preventiva e determinando a coleta de material genético de presos suspeitos de integrar organizações criminosas. O texto é de autoria do ex-senador Flávio Dino, atual ministro do STF, e foi relatado por Sergio Moro (União-PR).
A proposta permite decretar prisão preventiva em casos de reincidência, crimes praticados com violência ou grave ameaça, risco de fuga e envolvimento com facções. Já a coleta de DNA deverá ocorrer durante a audiência de custódia ou em até dez dias após a prisão.