
A escalada da violência no país, marcada pelos confrontos recentes no Rio de Janeiro, levou o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) a reforçar críticas à política de segurança do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o parlamentar, o atual cenário é consequência direta de “anos de inação e leniência” das gestões do PT diante do avanço do crime organizado.
Em publicação divulgada pelo Instituto Teotônio Vilela (ITV), Aécio afirmou que o governo federal tem falhado nas tarefas sob sua responsabilidade, especialmente no controle de fronteiras por onde entram armas e drogas. Para ele, a ausência de uma coordenação nacional eficiente entre União e estados agravou a expansão das facções criminosas.
“Cobramos há anos uma participação efetiva da União no combate ao crime. Com o PT, isso nunca aconteceu. Agora o país sofre as consequências”, disse o deputado.
Baixa execução orçamentária e falta de prioridade
Dados do Orçamento Geral da União reforçam o argumento de Aécio. Levantamento do ITV mostra que, em 2025, o Fundo Penitenciário Nacional (Funpen) executou apenas 21% dos recursos disponíveis até outubro, enquanto o Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP) alcançou 63% de execução. Os índices, segundo o instituto, evidenciam a falta de prioridade dada pelo governo federal ao tema.
Nos últimos três anos, a média de execução do Funpen não passou de 36%. O fundo é responsável por financiar obras e programas de modernização do sistema prisional, considerado um dos gargalos na estrutura de segurança do país.
“Os governos petistas sempre preferiram o discurso ideológico à ação prática. A consequência está aí, com o crime se expandindo e a população desprotegida”, criticou Aécio.
Fronteiras vulneráveis e discurso ideológico
Outro ponto destacado pelo deputado é a fragilidade da vigilância das fronteiras, função que cabe à Polícia Federal e às Forças Armadas. Segundo ele, o descuido do governo permite a entrada de armamentos pesados e drogas que abastecem o narcotráfico.
Aécio também condenou a postura do presidente Lula em declarações recentes sobre o tema das drogas. “Quando o presidente diz que traficantes são vítimas de usuários, transmite a mensagem errada e enfraquece o enfrentamento ao crime”, afirmou.
Bahia e Rio como símbolos do descontrole
Os episódios de violência registrados no Rio de Janeiro e os índices de homicídios na Bahia, governada pelo PT há 18 anos, foram citados pelo parlamentar como exemplos do colapso da política de segurança petista. “A Bahia é hoje o estado onde mais se mata no Brasil. É o retrato da ausência de comando e da falta de política pública efetiva”, disse.
Apesar das críticas, Aécio destacou o apoio da sociedade a ações firmes das forças de segurança. Pesquisa citada pelo ITV aponta que 64% dos brasileiros aprovaram a operação da polícia fluminense que resultou na morte de mais de cem criminosos com antecedentes. “A população está cansada da impunidade. Quer ver o Estado recuperar o controle”, concluiu.