
O deputado estadual Cristiano Caporezzo (PL) fez duras críticas ao governador Romeu Zema (Novo), afirmando que o chefe do Executivo mineiro “falhou miseravelmente” ao não aproveitar o alinhamento político com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para renegociar a dívida de Minas Gerais com a União. Segundo ele, o governo mineiro desperdiçou quatro anos de oportunidade em um cenário mais favorável e agora enfrenta um contexto federal muito menos receptivo.
“Zema teve quatro anos na gestão Bolsonaro, que era aliada, para tentar resolver o problema da dívida de Minas. Ele falhou miseravelmente, nem tentou”, disse Caporezzo, ao comentar também o recente embate sobre a privatização da Copasa. Embora apoie a venda da estatal, o parlamentar defende que a decisão seja submetida à consulta popular. “Sou a favor da privatização, mas defendo que o povo seja ouvido. É um direito democrático decidir os rumos do estado”, completou.
Na semana passada, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) aprovou, por 52 votos a 18, o projeto que retira a obrigatoriedade do referendo. Caporezzo não participou da votação porque estava em Brasília, em reunião com o ex-presidente Bolsonaro, mas elogiou a articulação parlamentar que levou à criação do Programa de Reestruturação e Ajuste Fiscal de Minas (Propag).
“O Propag foi construído pelos deputados estaduais e federais, com o apoio do Senado, não pelo Executivo. É uma alternativa melhor que o RRF, que traria mais prejuízos ao estado. Não existe remédio gostoso — é amargo, mas necessário”, afirmou.
O parlamentar também comentou os bastidores da disputa eleitoral em Minas Gerais para 2026. Segundo ele, a definição sobre o nome do PL ao governo mineiro cabe ao deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG). “Bolsonaro está focado no Senado, mas a decisão de disputar o governo será do Nikolas. O partido respeitará o desejo dele”, afirmou.
Sobre a possibilidade de o partido apoiar o vice-governador Mateus Simões (PSD), Caporezzo disse que ainda não há qualquer definição. “Quem diz que há algo decidido se precipita. Houve conversas, mas nenhuma decisão foi tomada. Mateus terá que combinar com o presidente Bolsonaro, assim como o senador Cleitinho, que já precisou se retratar de declarações infelizes”, pontuou.
Entre críticas, cobranças e articulações, o discurso de Caporezzo reflete o reposicionamento do PL em Minas, que tenta se afirmar como principal força de oposição ao governo Zema enquanto prepara terreno para 2026.