
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro afirmou neste sábado (8), durante o encontro nacional do PL Mulher em Londrina (PR), que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é o único nome da direita para disputar a Presidência da República em 2026. Em um discurso marcado por críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e apelos religiosos, Michelle acusou o Judiciário de perseguir o marido e de ameaçar a democracia.
“Não há outra opção para a Presidência. A única opção da direita chama-se Jair Messias Bolsonaro. Se isso não acontecer, não existe democracia no Brasil. Esse será o verdadeiro golpe que o Judiciário está dando no povo de bem”, disse, sob aplausos de apoiadores.
O evento ocorreu um dia após o STF rejeitar o recurso da defesa do ex-presidente no caso da trama golpista, mantendo a condenação de 27 anos de prisão. Bolsonaro cumpre prisão domiciliar e, segundo Michelle, ainda enfrenta complicações de saúde decorrentes das sete cirurgias realizadas desde o atentado de 2018. “Ele não teve paz de espírito para se recuperar. O preço do enfrentamento com o sistema foi alto”, afirmou.
A presidente nacional do PL Mulher também criticou o Congresso Nacional, dizendo que o Legislativo “se ajoelha diante do Supremo”. “Hoje, quem governa o Brasil é o Judiciário. As leis só valem se estiverem em concordância com o STF”, declarou.
Michelle aproveitou o evento para defender a ampliação da presença feminina na política, mas reafirmou valores conservadores. “A Bíblia fala da submissão da esposa ao marido, mas é uma submissão saudável, baseada no amor e no respeito”, disse. Ela também atacou o que chamou de “avanço do comunismo” e afirmou que “não é possível ser cristão e comunista”.
A ex-primeira-dama encerrou o discurso pedindo engajamento político dos apoiadores e defendendo ética na vida pública. “Se você entrar na política e enriquecer, algo de errado aconteceu”, afirmou.
Nos bastidores, a presença de Michelle reforça a estratégia do PL de manter mobilizada a base bolsonarista enquanto o ex-presidente segue inelegível. Para dirigentes do partido, ela se consolida como principal liderança feminina da direita, com influência sobre o eleitorado conservador, especialmente entre mulheres e evangélicos.