
A crise entre Estados Unidos e Venezuela voltou a subir de temperatura. Segundo a rede americana CBS News, autoridades militares apresentaram ao presidente Donald Trump um novo conjunto de opções para atacar o regime de Nicolás Maduro. A reunião ocorreu na Casa Branca na última quarta-feira (12) e contou com a presença do secretário da Guerra, Pete Hegseth, do chefe do Estado-Maior Conjunto, general Dan Caine, e de outros altos funcionários.
De acordo com fontes ouvidas pela emissora, as alternativas incluem desde ações de precisão até operações terrestres. A Casa Branca confirmou que as propostas foram entregues ao presidente, mas afirmou que nenhuma decisão foi tomada até agora.
A movimentação acontece em meio ao reforço da presença militar dos EUA no Caribe. Na véspera da reunião, a Marinha americana anunciou a chegada do USS Gerald R. Ford — o maior porta-aviões do mundo — à área de operações da América Latina. O navio lidera um grupo de ataque com aviões de combate, helicópteros de operações especiais, bombardeiros e navios de guerra, todos mobilizados para ações de “desmantelamento de organizações criminosas transnacionais”.
Nos últimos dois meses, essa força realizou mais de 20 ataques contra embarcações classificadas pelos EUA como vinculadas ao narcoterrorismo. As operações, segundo o comando militar, resultaram em mais de 70 mortes e na destruição de barcos no Caribe e no Pacífico.
A escalada militar ocorre paralelamente a um endurecimento político. Washington mais que dobrou, para US$ 50 milhões, a recompensa por informações que levem à prisão ou condenação de Maduro, acusado pelos EUA de liderar o Cartel de los Soles, grupo tratado como organização terrorista internacional. Nesse contexto, autoridades americanas afirmam que o presidente venezuelano pode ser considerado um alvo legítimo em ações contra cartéis.
Relatos recentes da revista The Atlantic indicam que Maduro estaria disposto a negociar sua saída do poder, desde que receba anistia e garantias de segurança para viver no exílio — um sinal de que o impasse político pode estar perto de uma nova fase.
Enquanto isso, a estratégia de pressão máxima de Washington segue avançando, deixando a região em alerta e reacendendo o debate sobre os limites da intervenção militar no continente.