EUA já possuem 11 navios de guerra no Caribe e pressionam Venezuela

Presença naval norte-americana atinge o maior nível em décadas e intensifica o cerco estratégico sobre a Venezuela.

EUA já possuem 11 navios de guerra no Caribe e pressionam Venezuela
@NAVSOUS4THFLT

A demonstração de força dos Estados Unidos no Caribe ganhou novo capítulo neste domingo, quando o porta-aviões USS Gerald R. Ford, o maior do mundo, cruzou o Anegada Passage e se integrou à operação Lança do Sul. Com sua chegada, já são 11 embarcações de guerra norte-americanas na região um avanço que amplia a presença militar para cerca de 15 mil integrantes, segundo estimativas divulgadas pela imprensa americana.

O envio da frota, descrito oficialmente como parte de um esforço para desmantelar organizações criminosas transnacionais, ocorre em um momento de crescente tensão diplomática entre Washington e o governo de Nicolás Maduro, na Venezuela. Relatórios recentes da mídia dos EUA afirmam que opções militares relacionadas a alvos venezuelanos chegaram a ser discutidas no alto escalão, embora nenhuma decisão tenha sido confirmada.

O comandante do Comando Sul, almirante Alvin Holsey, adotou tom incisivo ao anunciar o reforço: “Estamos prontos para combater ameaças que buscam desestabilizar nossa região.” O contra-almirante Paul Lanzilotta, por sua vez, descreveu o Gerald Ford como uma das plataformas mais letais já construídas, reforçando a mensagem de que os EUA pretendem manter presença “onde importa, quando importa”.

A imagem do porta-aviões navegando ao lado dos destróieres Winston Churchill, Mahan e Bainbridge, acompanhados por caças e até um bombardeiro B-52, ganhou ampla repercussão e simbolizou a escala inédita da mobilização militar. Em paralelo, a 22nd Marine Expeditionary Unit iniciou treinamentos em ambientes urbanos e rurais em Trinidad e Tobago, consolidando uma atuação que vai além das operações navais.

Capacidade sem precedentes

Projetado para longas missões longe da costa, o USS Gerald R. Ford reúne mais de 4 mil marinheiros e carrega mais de 60 aeronaves, com capacidade de lançar e recuperar caças simultaneamente, dia e noite. A Marinha dos EUA afirma que o navio pode manter operações aéreas contínuas com o apoio de nove esquadrões embarcados, além de destróieres e navios de comando que compõem o grupo de ataque.

Antes de aportar no Caribe, o porta-aviões percorreu uma rota extensa: conduziu operações multidomínio no Atlântico Norte, navegou acima do Círculo Polar Ártico, cruzou o Mediterrâneo e participou de exercícios da OTAN. O trajeto incluiu passagens por diversos portos europeus e a travessia do Estreito de Gibraltar antes do deslocamento rumo à América Latina.

A presença do Gerald Ford reconfigura o tabuleiro estratégico da região e aumenta as expectativas sobre os próximos movimentos de Washington. Para especialistas e veículos americanos, o acúmulo de meios militares no Caribe sinaliza que a operação Lança do Sul pode estar entrando em uma nova fase mais robusta, mais visível e diretamente conectada às tensões políticas no entorno da Venezuela.