
O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) voltou a atacar o Judiciário ao comentar o futuro jurídico de Jair Bolsonaro. Durante entrevista concedida na Região Oeste de Belo Horizonte, nesta segunda-feira (17), o parlamentar afirmou acreditar que o ex-presidente deve ser transferido do regime domiciliar para o fechado “nas próximas semanas”. A declaração ocorre após o Supremo Tribunal Federal rejeitar novos recursos da defesa no processo que condenou Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado.
Nikolas esteve na capital mineira para participar da inauguração de um stand de tiros do Bope, mas o tema central de sua fala foi a situação judicial do aliado político. Ele afirmou que pretende visitar Bolsonaro na sexta-feira (21) e acusou a Corte de promover uma espécie de “equiparação simbólica” entre o ex-presidente e Lula. Segundo ele, a transferência para o regime fechado seria usada como narrativa para dizer que ambos foram presos, ainda que, em sua avaliação, as situações não sejam comparáveis.
O parlamentar repetiu críticas já feitas anteriormente ao que chama de “criminalização” de Bolsonaro e voltou a afirmar que a condenação se baseia em um “golpe fictício”. Para Nikolas, o objetivo das medidas seria afastar o ex-presidente de uma eventual corrida eleitoral. “É a única forma de tirá-lo da disputa”, afirmou, ao defender que Lula teria sido condenado por corrupção com “provas robustas”, enquanto o processo envolvendo Bolsonaro trataria de “uma construção sem base fática”.
Bolsonaro cumpre prisão domiciliar desde agosto, após descumprir medidas cautelares relacionadas à investigação sobre sua eventual participação nas tratativas do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para buscar interferências dos Estados Unidos contra o governo brasileiro. As decisões recentes do STF mantiveram a condenação de 27 anos e três meses por tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
Enquanto a defesa prepara novas estratégias jurídicas, o debate político segue em alta tensão. As declarações de Nikolas reforçam o clima de confronto entre aliados do ex-presidente e o Judiciário, em um momento em que o caso continua a repercutir nacionalmente e a influenciar os rumos da disputa eleitoral que se aproxima.