O deputado estadual Alencar da Silveira Jr. (PDT), que em breve deixará a Assembleia Legislativa para assumir uma vaga no Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG), avaliou que o governo de Aécio Neves (PSDB) foi o “melhor que Minas já teve”. A declaração foi feita durante entrevista ao programa Café com Política, do jornal O TEMPO, nesta segunda-feira (10).
Com nove mandatos consecutivos na Assembleia, Alencar acompanhou de perto a gestão tucana e destacou o que chamou de “seriedade e eficiência administrativa” do ex-governador. Segundo ele, Aécio “cumpriu o que prometeu”, levou infraestrutura ao interior e manteve diálogo institucional com o Legislativo. “Foi um governo planejado, com metas e resultados. Levou telefonia, asfalto, esporte, saúde, criou o programa Luz em Minas e investiu em UPAs. Por isso digo, com tranquilidade: foi o melhor governador que Minas já teve”, afirmou.
Sobre a atual administração de Romeu Zema (Novo), o parlamentar reconheceu boas intenções e avanços no diálogo entre os Poderes, mas apontou contradições. “O Zema tem boas ideias, mas governa muito como empresário. Disse que não usaria avião e usa. Disse que não colocaria deputado como secretário, e colocou. O governo dele funciona bem por causa da boa relação com o presidente da Assembleia, Tadeuzinho”, avaliou.
Na entrevista, Alencar também comentou o cenário eleitoral de 2026. Filiado ao PDT, o deputado afirmou que, embora não possa participar diretamente do processo político após assumir o cargo no TCE, vê o ex-prefeito Alexandre Kalil como um “bom nome” para o governo do Estado. “Se fizer metade do que fez em Belo Horizonte, Minas já estará muito melhor. Kalil é um cara que faz”, disse.
O parlamentar ainda elogiou o vice-governador Mateus Simões (PSD), pré-candidato apoiado por Zema, e ponderou sobre o senador Cleitinho (Republicanos-MG), que também aparece como potencial adversário na disputa. “O Mateus é preparado, está fazendo um bom trabalho. Já o Cleitinho cumpre bem o papel de fiscalizador, mas não tem perfil de Executivo”, concluiu.
Com a saída de Alencar, a política mineira perde um de seus parlamentares mais experientes e ganha, no Tribunal de Contas, um conselheiro com olhar atento à gestão pública — e à história recente de Minas Gerais.