
O deputado federal e ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves vai assumir a presidência nacional do PSDB em novembro, sucedendo Marconi Perillo. A informação foi confirmada com exclusividade ao O Tempo pelo deputado Paulo Abi-Ackel, presidente estadual da legenda e secretário-geral nacional.
A chegada de Aécio ao comando marca uma guinada estratégica: o tucano pretende reposicionar o PSDB no cenário nacional e dobrar a bancada de deputados federais em 2026, reforçando também a presença nas assembleias estaduais. Com isso, Aécio se consolida como um líder de peso, em papel semelhante ao de Gilberto Kassab no PSD e Valdemar Costa Neto no PL.
O protagonismo recente de Aécio vem sendo construído em diferentes frentes: a articulação do PL da Dosimetria, o voto contrário à PEC da Blindagem, as inserções de TV contra o governador Romeu Zema que repercutiram nacionalmente e, sobretudo, o fortalecimento de sua atuação nas redes sociais, que o colocam hoje entre os parlamentares de maior alcance digital do país.
Segundo Abi-Ackel, esse retorno ao centro da cena política é resultado de um crescimento orgânico, e não de uma estratégia artificial da legenda para projetar Aécio. “A retomada de protagonismo dele aconteceu naturalmente”, disse o dirigente, lembrando ainda que o partido acompanha de perto pesquisas que testam o nome do ex-governador para 2026.
Interlocutores próximos avaliam que Aécio poderá ser tanto um candidato competitivo ao governo de Minas, caso surja a oportunidade, quanto um “kingmaker”, articulador de bastidores com força para influenciar candidaturas e alianças em Minas e em Brasília.
Embora a candidatura seja tratada como uma possibilidade, o foco imediato é claro: fortalecer o PSDB nacionalmente e recolocar o partido como protagonista das grandes discussões do país.