
O clima em Brasília voltou a esquentar após declarações do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), sobre a indicação de Jorge Messias atual advogado-geral da União para a vaga aberta no Supremo Tribunal Federal. Em tom incomodado, Alcolumbre deixou claro que a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não agrada.
“Tem que esperar… Fazer o quê? Se eu pudesse, eu faria a indicação”, disparou o senador ao ser questionado sobre o assunto, revelando a frustração por ver seu preferido, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), preterido pelo Palácio do Planalto.
A declaração joga ainda mais luz sobre os bastidores da disputa por influência dentro do Senado e da elite jurídica do país. Alcolumbre e Pacheco são aliados de longa data e o senador do Amapá já demonstrou diversas vezes que pretende manter seu peso político nos processos de sabatina e aprovação de autoridades.
O histórico reforça a mensagem: Alcolumbre tem poder e não hesita em usá-lo. Em 2021, quando comandava a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), ele segurou por mais de quatro meses a indicação de André Mendonça ao Supremo. Neste ano, repetiu a estratégia ao travar indicações para agências reguladoras por discordar de nomes apoiados pelo ministro Alexandre Silveira (PSD-MG), seu adversário interno.
Agora, com Jorge Messias como indicado de Lula, o jogo político promete novos capítulos e a disposição de Alcolumbre em confrontar decisões do Executivo deixa claro que a sabatina no Senado pode ser tudo, menos um rito automático.