
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), anunciou que nos próximos 15 dias, o governo brasileiro constituirá o Conselho Nacional de Política Mineral para discutir o desenvolvimento da cadeia mineral, com ênfase nos minerais críticos, essenciais para setores estratégicos, como tecnologia, defesa e transição energética. A medida vem em meio a uma crescente pressão sobre o Brasil, especialmente após as tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos sob o governo de Donald Trump, as quais Silveira classificou como um “ataque político” desproporcional.
Em entrevista ao programa Café com Política, transmitido na última segunda-feira (15/9), Silveira destacou que o Brasil, embora possua a segunda maior reserva mundial de terras raras — atrás apenas da China —, ainda precisa avançar no setor de minerais críticos, como lítio, cobalto, níquel e terras raras, usados em produtos essenciais para a transição energética, como baterias de veículos elétricos e painéis solares.
Silveira ressaltou a necessidade urgente de o Brasil se posicionar de maneira estratégica no cenário geopolítico, não apenas para fortalecer a economia do país, mas também para garantir a soberania nacional. Ele enfatizou a importância de explorar esses minerais de forma sustentável, com o objetivo de contribuir para a inclusão social e o desenvolvimento do país.
Em relação às tarifas comerciais dos EUA, o ministro argumentou que a medida foi motivada por questões políticas e não comerciais, e reforçou a importância da diplomacia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para lidar com a situação. Silveira afirmou que o Brasil possui um comércio equilibrado com os Estados Unidos e que continuará a buscar soluções através de canais diplomáticos internacionais, com o apoio de organizações como a ONU e o Conselho de Segurança.
A criação do Conselho Nacional de Política Mineral é vista como uma estratégia do governo para garantir que o Brasil ocupe um papel de destaque na produção e comercialização de minerais críticos, promovendo um desenvolvimento mais sustentável e autônomo no cenário global.