
O plenário da Câmara dos Deputados aprovou, por 268 votos a 167, o pedido apresentado pelo PL para suspender uma ação penal movida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) contra o deputado Gustavo Gayer (PL-GO). O parlamentar responde por injúria, calúnia e difamação, após publicar um vídeo com ataques a integrantes do Senado.
Durante a sessão desta quarta-feira (30), o líder do PT na Casa, Lindbergh Farias (RJ), se manifestou contra a medida e decidiu ler parte das declarações feitas por Gayer, que motivaram o processo. No entanto, o petista pediu que os termos de baixo calão fossem retirados dos anais da Câmara, afirmando sentir vergonha de reproduzi-los em plenário.
“O Pacheco à frente do Senado continuará a arregaçar o cu dessa Casa para que o STF continue a penetrar com a piroca ditatorial”,
leu Lindbergh, destacando que as palavras eram de Gayer e não suas.
Mesmo com o pedido, as declarações foram registradas oficialmente nos anais da Câmara. Durante o discurso, o deputado do PT chegou a alertar que, caso houvesse crianças assistindo à transmissão, os pais deveriam desligar a TV.
As falas de Gayer, publicadas nas redes sociais em fevereiro de 2023, levaram o senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO) a acionar o STF. No vídeo, o parlamentar também chamou Vanderlan e o senador Jorge Kajuru (PSB-GO) de “dois vagabundos” e disse que Davi Alcolumbre (União-AP) era “uma escória” e “um cara que não tem medo de ser corrupto”.
Lindbergh relembrou ainda que Gayer foi denunciado ao Conselho de Ética da Câmara após insinuar, em março, a existência de um “trisal” entre ele, a presidente do PT Gleisi Hoffmann e o senador Davi Alcolumbre.
“Não estou dizendo isso por vingança. Mas é inaceitável. Essa Casa não pode compactuar com esse tipo de discurso”, afirmou Lindbergh.
O episódio provocou intenso debate no plenário e expôs mais uma divisão entre parlamentares aliados ao governo e a base bolsonarista.