Caos na saúde de Minas: Violência contra enfermeiros explode no estado

Estudo revela que 95% dos enfermeiros já sofreram algum tipo de agressão no trabalho, e autoridades apontam a situação como "falência do sistema".

Caos na saúde de Minas: Violência contra enfermeiros explode no estado
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Enfermagem

A violência no ambiente de trabalho atinge a maioria esmagadora dos profissionais de enfermagem em Minas Gerais. É o que revela um estudo do Conselho Regional de Enfermagem de Minas Gerais (Coren-MG), que aponta que 95% dos profissionais da área já sofreram algum tipo de agressão em seu local de trabalho.

Os dados foram apresentados em uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e mostram que as formas mais comuns de violência são o assédio moral (45%) e a violência psicológica (40%). Outros tipos de agressão também foram relatados: violência física (9%), violência sexual (3%) e injúria racial (2%).

A vice-presidente do Coren-MG, Maria do Socorro Pacheco, classificou a violência ocupacional como um problema de saúde pública, com graves consequências psicológicas para os profissionais. A enfermeira Erika de Oliveira Santos ressaltou que, quando um caso de violência ocorre, “o sistema de saúde para porque o atendimento é comprometido”, afetando toda a assistência à população.

A reportagem original foi publicada pelo jornal O Tempo.

A audiência também trouxe dados do deputado estadual Lucas Lasmar (Rede), que indicam um aumento da violência contra profissionais de saúde no estado. Foram 980 ocorrências em 2025, um número superior aos registros de 2024 (972) e 2023 (684). As principais vítimas são técnicos de enfermagem, enfermeiros e médicos.

Para o deputado, o problema não está nos pacientes, mas nos gestores que não garantem condições adequadas de atendimento, levando a população a “fazer justiça com as próprias mãos”. A visão é compartilhada pelo Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM-MG), que considera a escalada da violência uma “falência do sistema de saúde” e defende a responsabilização dos gestores.

Representantes do Governo de Minas na audiência, de órgãos como a Fhemig e a SES-MG, afirmaram que existem programas de suporte a profissionais vítimas de agressão. No entanto, defenderam que a violência também é reflexo da “falta de educação da população”.