O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), classificou como um “sucesso” a megaoperação policial que deixou pelo menos 124 mortos, entre eles quatro policiais, no Complexo da Penha, na zona norte do Rio. Durante coletiva no Palácio Guanabara, Castro afirmou que “as únicas vítimas foram os policiais” e disse que a ação representou “um duro golpe na criminalidade”.
A declaração foi dada após uma reunião com a cúpula da segurança fluminense e governadores aliados, como Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Romeu Zema (Novo-MG), Ronaldo Caiado (União-GO), Jorginho Mello (PL-SC) e Mauro Mendes (União-MT). Castro disse que o encontro reforçou a necessidade de “livrar os fluminenses da criminalidade” e criticou decisões judiciais que, segundo ele, favorecem o crescimento das facções no estado.
Em tom político, o governador rebateu as críticas do governo federal e afirmou que não transformará o episódio em embate partidário. “Quem quiser somar, será bem-vindo. Aos outros, o recado é claro: ou soma, ou suma”, declarou.
O governo fluminense nega ter solicitado apoio formal ao governo Lula, embora Castro tenha dito, no dia anterior, que o estado estava “sozinho nessa guerra”. O Ministério da Justiça confirmou que não recebeu pedido de ajuda e destacou que a responsabilidade pela segurança pública é dos estados.
Segundo Castro, o balanço oficial contabiliza 58 mortos, sendo 54 suspeitos e quatro policiais, mas o número deve aumentar conforme o trabalho do Instituto Médico Legal (IML) avança. Enquanto isso, a operação segue gerando repercussão nacional e reacende o debate sobre a PEC da Segurança, proposta pelo governo federal para ampliar a articulação entre forças estaduais e federais no combate ao crime organizado.