
Em entrevista à rádio Itatiaia, o ex-governador do Ceará explicou que, embora tivesse confiança nas suas candidaturas anteriores, hoje ele vê a polarização política entre Lula e Bolsonaro como um problema muito complexo para ser resolvido, o que o levou a decidir não tentar novamente.
“Cada vez que me candidatei, eu tinha capacidade; sabia que dava conta de resolver o problema. Hoje, tenho dúvidas se alguém tem capacidade de resolver o tamanho do abacaxi que essa maluquice de Lula e Bolsonaro produziu no país” — afirmou Ciro, expressando seu desânimo com o cenário político atual.
Com a decisão de não concorrer à presidência, Ciro passa a ter mais liberdade para se aproximar da oposição e explorar novos caminhos políticos. Ele tem sido cortejado por PSDB e União Brasil, dois dos maiores partidos da oposição, que o veem como uma liderança capaz de unificar a oposição ao governo petista de Elmano de Freitas no Ceará.
O presidente do PSDB no Ceará, Ozires Pontes, anunciou que Ciro Gomes se filiará ao PSDB em dezembro, com o objetivo de disputar o governo do Ceará. A chegada de Ciro ao PSDB faz parte de um movimento de renovação interna do partido, que tem enfrentado dificuldades nos últimos anos, em parte devido a disputas internas entre João Doria e Eduardo Leite. A possível eleição de Aécio Neves para a presidência do PSDB nacional é vista como uma oportunidade para restaurar a unidade interna e fortalecer a oposição ao governo de Lula.
Ciro, que por anos se manteve distante tanto do PT quanto de Bolsonaro, vê no PSDB uma alternativa viável para consolidar sua liderança no Ceará, ao mesmo tempo em que fortalece a oposição no estado para enfrentar o governo de Elmano de Freitas. Na última semana, Ciro recebeu elogios do presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto, que afirmou que, apesar das críticas de Ciro a Bolsonaro, o partido deverá apoiar sua candidatura ao governo do Ceará para derrotar o petismo no estado.