
A megaoperação policial no Complexo da Penha, que deixou mais de 120 mortos, transformou-se em um novo foco de embate entre o governo Lula (PT) e governadores aliados da direita. Enquanto Cláudio Castro (PL) chamou a ação de “sucesso” e recebeu apoio de nomes como Tarcísio de Freitas, Romeu Zema e Ronaldo Caiado, aliados do presidente acusam o grupo de explorar a tragédia como palanque político.
O presidente do PT, Edinho Silva, afirmou que os governadores “montam comício sobre os corpos de centenas de mortos” e classificou a postura como “politicagem”. O presidente da Embratur, Marcelo Freixo, chamou o episódio de “chacina eleitoral planejada”, enquanto a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) disse que Castro tenta “usar o medo e a morte para fazer campanha antecipada”.
Nos bastidores, auxiliares do Planalto afirmam que o governador fluminense tenta transferir responsabilidades pela escalada da violência e desgastar a imagem do governo federal em uma área onde a gestão petista ainda busca resultados concretos.
Em meio à tensão, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, reuniu-se com Castro e anunciou a criação de um Escritório Emergencial de Enfrentamento ao Crime Organizado, coordenado por autoridades estaduais e federais. A medida busca restabelecer o diálogo e integrar as ações de segurança no estado.
Lewandowski também defendeu a PEC da Segurança Pública e o pacote antifacção, que serão debatidos no Congresso nas próximas semanas e fazem parte da estratégia do governo para fortalecer o combate nacional ao crime organizado.