As empresas estatais controladas pelo governo federal fecharam os últimos 12 meses, até agosto de 2025, com um prejuízo acumulado de R$ 8,9 bilhões, segundo dados divulgados pelo Banco Central. O valor é mais que o dobro das perdas registradas no mesmo período do ano anterior.
Com o avanço do déficit, o governo teve que ampliar os repasses para garantir a continuidade das operações dessas empresas. As chamadas subvenções federais — transferências diretas do Tesouro Nacional — somaram R$ 27 bilhões em 2025, um aumento de R$ 3 bilhões em relação a 2024.
Quem mais recebeu recursos
Entre as estatais que mais demandaram apoio financeiro, destaca-se a Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), ligada ao Ministério da Educação e responsável pela gestão de hospitais universitários. Sozinha, ela recebeu cerca de R$ 11,5 bilhões em subvenções.
Em seguida, aparece a Embrapa, considerada estratégica para o agronegócio brasileiro, e que também depende de recursos públicos para manter suas operações de pesquisa e desenvolvimento.
O caso dos Correios
O cenário deficitário é evidente no caso dos Correios. Mesmo com crescimento na receita de vendas e serviços, que chegou a R$ 8 bilhões no primeiro semestre, a estatal fechou o período com prejuízo líquido de R$ 4 bilhões — um salto de mais de 220% em relação ao ano anterior.
O rombo é atribuído principalmente ao aumento dos custos operacionais e das despesas administrativas, o que tem colocado em debate a sustentabilidade da empresa a longo prazo.
A situação fiscal das estatais reacende discussões sobre o modelo de gestão das empresas públicas, o controle de gastos e o papel do Estado em setores estratégicos da economia.