
Artigo de Fabiano Lana analisa a chantagem política da família Bolsonaro e seus impactos para o futuro da democracia brasileira
A família do ex-presidente age, neste momento, apenas por interesse próprio e o resto que se arrebente. Os que mais lucram com isso são Lula e o Partido do Trabalhadores.
Até quando iremos suportar a chantagem dos Bolsonaros? Não tem mais para ninguém. Pode ser político de direita, governador de estado, conservador, empresário, antipetista, alienado, neutro. Se não está nas ruas a exigir um indulto completo a Jair Bolsonaro, para que ele se candidate à presidência em 2026, você é um rato, dizem os filhos do ex-presidente.
Quem não se curva às exigências da família e não vai às últimas consequências por isso, é “sujo, oportunista e canalha”, além “desumano” e “sem-caráter”. Tudo dito abertamente pelo filho 02 de Bolsonaro, o vereador Carlos, e endossado pelo ainda deputado federal Eduardo Bolsonaro, em suas loquazes redes sociais.
A questão é: até que ponto todos terão de se curvar à chantagem dessa família que age, neste momento, apenas por interesse próprio e o resto que se arrebente. O cálculo justifica essa contínua vassalagem anda a cada dia menos desfavorável.
Quando os bolsonaros partem para a ofensa pura à gente como os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas, de Minas Gerais, Romeu Zema, de Goiás, Ronaldo Caiado, e mesmo Ratinho Júnior, do Paraná, o que querem? De maneira soberba, apostam que o eleitorado que rejeita o petismo se manterá fiel a eles até o fim. E que, se não forem eles a recuperar o poder, que seja o PT, que seja o caos.
Não importam com nenhuma opção que não seja o próprio triunfo da família, hoje em desespero com o destino.