
Antes de anunciar o novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quer conversar pessoalmente com o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O encontro deve ocorrer nos próximos dias, logo após o retorno de Lula de Belém (PA), onde participa da COP30. A reunião não se limita à sucessão de Luís Roberto Barroso no Supremo envolve também a costura política em Minas Gerais, estado considerado estratégico para 2026.
Segundo o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), o nome favorito de Lula para a vaga no STF continua sendo o do atual advogado-geral da União, Jorge Messias. “O presidente deve, na volta, talvez na quarta-feira, ter mais um diálogo com o senador Rodrigo Pacheco para anunciar o nome. Eu sinceramente creio que o nome está lançado. Não vejo reversão”, afirmou Wagner a jornalistas.
Nos bastidores, a movimentação revela mais que uma escolha jurídica é também um cálculo político. Lula vê em Pacheco um aliado com “musculatura política” para disputar o governo de Minas Gerais em 2026, num cenário em que o PT não tem, até agora, um nome competitivo no estado. A aliança seria estratégica para ampliar a base do governo no segundo maior colégio eleitoral do país e, ao mesmo tempo, fortalecer a candidatura à reeleição do próprio presidente.
A expectativa inicial era de que o novo ministro fosse anunciado antes da viagem à COP30. Mas a crise de segurança no Rio de Janeiro e as negociações em curso no Congresso adiaram a decisão. O anúncio deve ocorrer ainda em novembro, após Lula concluir a rodada de conversas com aliados e definir o tom político da nova indicação ao Supremo.