Lula confirma Messias para o STF; Pacheco recusa disputar governo de Minas e sinaliza saída da política

Em reunião no Alvorada, senador disse ao presidente que não pretende concorrer em 2026 e pretende voltar à advocacia; indicação de Jorge Messias enfrenta resistência no Senado.

Lula confirma Messias para o STF; Pacheco recusa disputar governo de Minas e sinaliza saída da política

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comunicou ao senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), em encontro reservado na noite de segunda-feira, 17, que baterá o martelo na indicação de Jorge Messias, atual ministro-chefe da Advocacia-Geral da União, para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). A conversa, realizada no Palácio da Alvorada, também abriu espaço para outro tema delicado: o futuro político do próprio Pacheco.

Lula voltou a insistir na ideia de lançar o senador como candidato ao governo de Minas Gerais em 2026, projeto que vem sendo articulado dentro do Planalto. Pacheco, porém, manteve a posição que já vinha sinalizando a aliados: não pretende disputar a sucessão de Romeu Zema (Novo). Segundo relatou ao presidente, sua intenção é encerrar a vida pública ao fim do mandato, em janeiro de 2027, e retomar a advocacia.

A recusa não está relacionada apenas ao desgaste de anos no comando do Senado. O mineiro avalia estar fragilizado dentro do próprio PSD, com menor apoio interno do que no passado cenário que, na sua leitura, inviabilizaria uma candidatura estadual competitiva. Ainda assim, Lula pediu que ele reconsidere e fez elogios públicos e privados ao desempenho de Pacheco à frente do Senado.

O nome de Jorge Messias, por sua vez, avança, mas não sem desafios. Em reunião com Lula no fim do mês passado, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), apresentou um levantamento informal sobre o clima na Casa e advertiu que Messias enfrentará resistência. Para boa parte dos senadores, ele é visto como alinhado demais ao PT percepção que pesa especialmente num ambiente onde votos independentes são decisivos.

Alcolumbre estima que, se a votação ocorresse hoje, Messias teria apoio de aproximadamente 30 dos 81 senadores. O placar está distante dos 41 votos necessários para aprovação em plenário, etapa que sucede a tradicional sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Enquanto Lula tenta reorganizar o tabuleiro político para garantir a aprovação do indicado, Pacheco caminha na direção oposta, preparando-se para deixar a política após anos no centro das articulações institucionais do país. Entre a pressão do Planalto e a matemática complexa do Senado, a disputa por uma cadeira no STF deve ser uma das batalhas políticas mais observadas dos próximos meses.