
O pastor Silas Malafaia, figura influente no meio evangélico, voltou a ocupar o centro das atenções políticas ao afirmar que, se for preso, será vítima de uma “covardia” e de perseguição política e religiosa. Em entrevista à Folha, ele defendeu sua postura em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), criticou colegas líderes evangélicos que, segundo ele, permanecem em silêncio diante do Judiciário e confirmou participação em atos bolsonaristas previstos para 7 de setembro na avenida Paulista.
Malafaia já foi incluído em inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) por financiamento de atos e por manter conversas nas quais orientava Bolsonaro a produzir conteúdo contra ministros da Corte. Na sequência de operação da Polícia Federal, teve passaporte, celular e cadernos de esboços bíblicos apreendidos. Para o pastor, a ação configura “perseguição” e restrição à sua atuação pastoral.
O religioso criticou publicamente colegas que se mantêm omissos diante da política, classificando-os como “covardes” e argumentando que alguns evitam se posicionar por receio de retaliações ou falta de preparo para o debate político. Malafaia enfatizou que sua influência, embora limitada, é relevante dentro do universo evangélico, mas descartou qualquer ambição presidencial.
Sobre os custos de manifestações, o pastor afirmou que investiu recursos próprios de sua editora, Central Gospel, sem envolver as finanças de sua igreja, e comparou sua postura à de partidos que utilizam recursos públicos sem divulgar valores.
Além de criticar o Supremo, Malafaia também comentou a dinâmica interna do bolsonarismo, prevendo disputas entre grupos evangélicos e políticos pelo protagonismo em 2026, mas sugerindo que, eventualmente, haverá unidade em torno do campo político de direita.
Em sua fala, o pastor se mostra irreverente, admite o uso de palavrões em áudios direcionados a Bolsonaro e ressalta que sua postura não deve ser confundida com uma postura “super-humana” ou de santidade absoluta. Para Malafaia, sua atuação é a de uma “voz profética” que combina fé e política, mesmo em meio a investigações e tensões judiciais.