
O Congresso Nacional pode estar prestes a mexer no coração do sistema político brasileiro. O Senado deve votar, já na próxima semana, a Proposta de Emenda à Constituição que acaba com a reeleição e estabelece mandatos de cinco anos para presidente da República, governadores e prefeitos.
A medida, aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) em maio, ganhou novo impulso após o presidente da comissão, Otto Alencar (PSD-BA), pedir a inclusão da pauta diretamente a Davi Alcolumbre (União-AP), que comanda o Senado.
Se avançar, a proposta inicia uma das maiores reformas políticas das últimas décadas:
📌 A reeleição seria proibida a partir de 2034
📌 Mandatos passariam de 4 para 5 anos
📌 Eleições seriam unificadas — nada de ir às urnas em dois anos seguidos para escolher prefeitos e depois governadores e presidente.
Na prática, os brasileiros votariam uma única vez por legislatura, o que pode redesenhar alianças, estratégias partidárias e a dinâmica de poder nos estados e municípios.
O texto também estabelece transições: prefeitos ainda poderão disputar reeleição em 2028; governadores e o presidente da República, em 2030. Depois disso, o jogo muda totalmente.
Como se trata de uma PEC, a aprovação exige 49 votos no Senado — e, se passar, segue para a Câmara dos Deputados, onde o debate promete ser ainda mais intenso.
Entre apoiadores, a proposta é vista como forma de reduzir custos eleitorais e ampliar governabilidade. Entre críticos, há quem diga que unificar eleições enfraquece debates locais e concentra poder político.
De um jeito ou de outro, a próxima semana pode colocar o Brasil no caminho de um novo modelo de democracia — mais enxuta, mais longa e sem reeleição.