Michelle exalta ‘submissão saudável’ e reafirma lealdade a Bolsonaro

Em evento do PL Mulher no Paraná, ex-primeira-dama mistura discurso religioso, política e críticas ao feminismo ao reafirmar lealdade ao marido e líder do partido

Michelle exalta ‘submissão saudável’ e reafirma lealdade a Bolsonaro

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, atual presidente nacional do PL Mulher, voltou a mobilizar o discurso religioso como eixo de sua atuação política. Durante um evento em Londrina (PR), no último sábado (8), Michelle defendeu a chamada “submissão saudável da esposa ao marido” e convocou mulheres conservadoras a ingressarem na política “para lutar contra quem defende a morte de bebês inocentes no ventre de suas mães”.

“Sou uma mulher ajudadora, auxiliadora do meu esposo. Entendo o meu chamado como mulher”, afirmou. Citando passagens bíblicas, disse que a submissão feminina deve ser entendida dentro de um “contexto de amor e propósito divino”, acrescentando que “fazer uma comidinha gostosa para o marido não te menospreza como mulher, cria conexões afetivas”.

Durante o discurso, Michelle atacou o feminismo e partidos de esquerda, como PT e PSOL, afirmando que suas parlamentares “demonizam a figura masculina”. “Não estamos aqui para isso. Quem faz isso são as feministas, as parlamentares de esquerda”, declarou, em tom de crítica ideológica.

A ex-primeira-dama também reforçou o papel de Jair Bolsonaro (PL) como único líder legítimo da direita, afirmando que a democracia estaria ameaçada caso ele não volte ao poder. “Se não acontecer, não existe democracia no Brasil. Esse é o verdadeiro golpe que o Judiciário está dando no povo de bem”, disse.

Bolsonaro está inelegível até 2030 e foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão por chefiar uma trama golpista para se manter no poder após a derrota de 2022. Apesar disso, Michelle segue tentando consolidar seu espaço político dentro do PL, conciliando a retórica religiosa com a mobilização do eleitorado feminino conservador.

O evento em Londrina reforçou o tom de cruzada moral e política que o bolsonarismo vem tentando reconstruir após as derrotas judiciais e eleitorais do ex-presidente agora, sob a liderança carismática da ex-primeira-dama.