Minas volta a figurar entre os estados com mais casos de violência política

Relatório da Unirio mostra que o estado registrou 11 ataques a lideranças entre julho e setembro, ficando atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro

Minas volta a figurar entre os estados com mais casos de violência política

Minas Gerais aparece novamente entre os estados mais violentos do país no ranking da violência política, segundo o novo boletim do Observatório da Violência Política e Eleitoral (OVPE), da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio). Entre julho e setembro de 2025, o estado registrou 11 episódios de ataques a lideranças políticas, o equivalente a 12,1% dos casos ocorridos no Brasil no período.

Os dados colocam Minas na terceira posição nacional, atrás apenas de São Paulo (15 casos) e Rio de Janeiro (12 casos). A maioria dos episódios em território mineiro foi de violência psicológica, com cinco registros, seguida por quatro casos de violência física e dois episódios de violência simbólica. O levantamento também destaca que o deputado federal Nikolas Ferreira (PL) foi o político mais atacado do trimestre, com quatro incidentes registrados, incluindo ameaças de morte.

O relatório aponta que, desde 2019, Minas raramente sai do grupo dos cinco estados com maior número de ocorrências. Em 2025, já são 23 casos acumulados, que vão desde ameaças e atentados a homicídios, como o do ex-vereador Raul Alves, no Sul de Minas.

De acordo com o coordenador do observatório, Miguel Carnevale, o cenário mineiro reflete a polarização política nacional, mas também conflitos regionais e locais. “Minas resume bem o que acontece no país — uma combinação entre disputas ideológicas e rivalidades políticas tradicionais”, afirma.

A violência política, segundo o estudo, atinge partidos de todos os espectros. No trimestre analisado, o PL lidera com 16 vítimas, seguido de PSD, União Brasil, PT e Psol. O Sudeste concentra quase metade de todos os casos do país (43,9%), reforçando o peso político da região.