
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), decidiu barrar a estratégia da oposição que pretendia nomear o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) como líder da minoria na Casa. A decisão ocorreu após a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentar denúncia contra o parlamentar por suposta coação ao Supremo Tribunal Federal (STF), e ainda como resposta à tentativa da oposição de blindar o deputado, evitando consequências de suas faltas frequentes e protegendo seu mandato.
A oposição pretendia que a liderança da minoria fosse uma forma de preservar o mandato de Eduardo Bolsonaro, considerando uma brecha no regimento que permitiria ao parlamentar se manter afastado, enquanto permanece nos Estados Unidos por tempo indeterminado. A formalização da indicação de Eduardo para a liderança foi feita no último dia 16 de setembro, após Caroline de Toni (PL-SC) renunciar ao cargo de líder da minoria, passando a assumir a vice-liderança da bancada e comprometendo-se a representar Bolsonaro durante as sessões da Câmara.
Em resposta ao movimento, Motta emitiu uma decisão oficial no Diário da Câmara na terça-feira (22/9), onde indefere a nomeação, com base no parecer da Secretaria-Geral da Mesa da Câmara. O parecer destacou que o exercício da liderança exige presença física, especialmente em um cargo que envolve responsabilidades como orientar votações, encaminhar requerimentos e participar das atividades do Colégio de Líderes. A secretaria também ressaltou que Eduardo Bolsonaro não comunicou oficialmente sua saída do país, conforme prevê o regimento.
Esse veto de Motta coloca fim à estratégia da oposição, que visava garantir a presença do parlamentar à distância, e sublinha as regras de presença física exigidas para cargos de liderança no Legislativo. Essa decisão pode afetar as movimentações políticas em torno do nome de Eduardo Bolsonaro para a presidência em 2026, além de intensificar a crise política envolvendo a figura do deputado.