“Nem Lula, nem Bolsonaro” já é a preferência de 34% do eleitorado, mostra pesquisa

Levantamento da CNT/MDA indica crescimento da demanda por uma terceira via e revela maior apoio entre jovens

“Nem Lula, nem Bolsonaro” já é a preferência de 34% do eleitorado, mostra pesquisa
Amanda Perobelli e Bruna Prado
Lula e Bolsonaro

Uma pesquisa CNT/MDA divulgada nesta segunda-feira (8) revela que a parcela do eleitorado que não quer nem Lula nem Bolsonaro nas eleições presidenciais de 2026 já se tornou o maior grupo do país. Segundo o levantamento, 34,4% dos brasileiros afirmam preferir um candidato que não esteja ligado a nenhum dos dois polos políticos.

O resultado supera os 32,5% que dizem optar por Lula ou por um nome apoiado pelo presidente e também os 28% que pretendem votar em Jair Bolsonaro ou em um indicado do ex-presidente. Para Marcelo Souza, diretor do Instituto MDA, o dado mostra que, apesar de Lula apresentar sua melhor performance desde o início das medições de primeiro turno, a disputa de 2026 segue aberta.

Retrato geracional
A pesquisa aponta ainda que a rejeição aos dois principais líderes políticos é maior entre os jovens. Na faixa de 16 a 24 anos, 43% preferem uma alternativa fora do lulismo e do bolsonarismo. Já entre os eleitores com mais de 60 anos, esse índice cai para 28%, revelando que os mais velhos tendem a manter apoio aos nomes já consolidados.

Outro dado relevante é que 80% dos entrevistados disseram considerar mais importante “dar espaço para novos nomes na política” do que “manter políticos mais antigos e conhecidos”.

Brasil e o tarifaço dos EUA
O levantamento também avaliou a percepção dos brasileiros sobre a política externa. Questionados sobre qual deveria ser a principal ação do governo diante das tarifas impostas pelos Estados Unidos, 37% defenderam que Lula deveria buscar negociar com Donald Trump em vez de confrontá-lo. Outros 20,7% sugeriram ouvir mais as empresas afetadas, enquanto 20,3% preferem fortalecer a produção nacional. Apenas 11,7% apoiam a manutenção de uma postura rígida em nome da soberania.

Os números reforçam que, além da polarização tradicional, o eleitorado mostra sinais de cansaço e demanda crescente por renovação política especialmente entre os mais jovens.