Ocupação na Assembleia: Funcionários da Copasa protestam contra privatização

A venda da estatal de saneamento de Minas Gerais é vista como solução para dívida bilionária do estado, mas enfrenta forte resistência popular e sindical.

Ocupação na Assembleia: Funcionários da Copasa protestam contra privatização
Divulgação
Funcionários - Copasa

Centenas de funcionários da Copasa ocuparam a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) nesta quarta-feira (24) para protestar contra a possível privatização da estatal. O ato ocorreu durante uma audiência pública na Comissão de Trabalho, onde foi debatida a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que retira a obrigatoriedade de referendo popular para a venda da empresa de saneamento.

Com cartazes e gritos de “Fora Zema”, os trabalhadores expressaram seu descontentamento. O debate acontece em meio às discussões sobre a adesão de Minas Gerais ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), aprovado pelo Congresso em 2024. O governo de Minas pretende federalizar e privatizar estatais para abater, no mínimo, 20% da sua dívida bilionária, que hoje chega a R$ 170 bilhões.

A matéria foi publicada originalmente pelo site do Estado de Minas.

O que está em jogo

A venda da Copasa é vista pelo governo como uma das principais formas de cumprir os requisitos do Propag. Esse programa permite que os estados parcelem suas dívidas em até 30 anos e consigam reduzir os juros cobrados, que hoje são fixados pelo IPCA mais 4% ao ano. Para isso, é necessário federalizar ativos estaduais ou privatizá-los.

A PEC que trata da Copasa já avançou na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da ALMG e aguarda a formação de um grupo especial para ser avaliada antes de seguir para o plenário. A possível venda de outra gigante, a Cemig, enfrenta uma resistência ainda maior no Legislativo.