Operação Secreta de Trump contra Maduro acende pavil na América Latina

Relatórios indicam que Trump intensifica pressão militar sobre a Venezuela, com a CIA autorizada a agir e Maduro prometendo defesa ferrenha com mísseis antiaéreos russos.

Operação Secreta de Trump contra Maduro acende pavil na América Latina

Entenda a escalada de tensões que pode mudar o xadrez político da região.

A tensão geopolítica na América Latina atinge um novo patamar com a revelação de uma operação secreta orquestrada pelo governo dos Estados Unidos, sob a liderança de Donald Trump, visando desestabilizar o regime de Nicolás Maduro na Venezuela. Segundo informações divulgadas pelo prestigiado Washington Post, o presidente americano teria assinado um documento sigiloso que concede à CIA amplos poderes para realizar ações contra o governo venezuelano e grupos ligados ao narcotráfico.

A matéria do Washington Post, publicada nesta quarta-feira, 22, detalha que, embora o documento não ordene explicitamente a remoção de Maduro, ele abre caminho para uma série de operações que, na prática, podem culminar na queda do ditador venezuelano. Este plano se insere em uma ofensiva norte-americana mais ampla no Mar do Caribe, que já resultou na destruição de embarcações e na morte de narcotraficantes.

Um exemplo recente dessa agressividade militar ocorreu na última sexta-feira, 17, quando militares dos EUA atacaram um barco no Caribe, resultando na morte de três tripulantes ligados ao Exército de Libertação Nacional (ELN), grupo armado da Colômbia. Dois dias depois, o secretário de Defesa norte-americano, Pete Hegseth, chegou a anunciar “novos avanços navais” contra o tráfico de drogas na região.

Fontes ouvidas pelo Washington Post indicam que Trump sinalizou a intenção de estender as operações para o território venezuelano. Os primeiros alvos seriam acampamentos de traficantes e pistas clandestinas, evitando inicialmente instalações militares do regime chavista. Em coletiva de imprensa, Trump justificou a operação afirmando: “Temos muitas drogas que chegam da Venezuela. Muitas das drogas venezuelanas chegam pelo mar, então vocês podem ver isso, mas vamos detê-las também por terra.” Ele também associou a operação ao aumento da entrada de migrantes venezuelanos, incluindo criminosos, em território norte-americano.

A retórica de Trump, no entanto, é vista com ceticismo por especialistas citados pelo jornal norte-americano. Eles criticam o pretexto da Casa Branca de combate às drogas, argumentando que a maior parte dos entorpecentes que entram nos EUA vêm pela fronteira com o México e pelo Pacífico, e não pelo Caribe. A Venezuela, por sua vez, acusa os EUA de usarem o combate ao narcotráfico como uma desculpa para intervenção.

Diante da escalada, Maduro reagiu com veemência, ameaçando Trump com mísseis antiaéreos. Fontes próximas ao governo venezuelano afirmam que a movimentação militar dos EUA visa também provocar uma rachadura nas Forças Armadas venezuelanas, caracterizando a estratégia como uma forma de “guerra psicológica”.

Questionado sobre uma eventual ordem direta para eliminar Maduro, Trump classificou a pergunta como “ridícula”, mas garantiu que a Venezuela “está sentindo a pressão”.

Em resposta, Maduro declarou que o país está preparado para se defender. O ditador afirmou que a Venezuela possui 5 mil mísseis portáteis antiaéreos Iglas-S, fabricados na Rússia, estrategicamente posicionados. “Qualquer força militar no mundo conhece o poder da Igla-S, e a Venezuela tem nada menos que 5 mil Igla-S em posições-chave de defesa antiaérea para garantir a paz”, argumentou Maduro. Ele ainda assegurou que o regime chavista já utilizou esses armamentos em simulações recentes e que milhares de soldados estão treinados para operar o sistema e proteger o espaço aéreo do país em caso de ataque.

A situação é volátil e promete repercussões significativas para a estabilidade da América Latina. O Brasil, como vizinho e importante ator regional, observa atentamente os desdobramentos, que podem exigir uma postura diplomática cuidadosa para evitar um aprofundamento da crise.