
O destino profissional do ministro Luís Roberto Barroso está no centro do tabuleiro político em Brasília, com possíveis reflexos diretos na corrida pelo governo de Minas Gerais em 2026. Aos 67 anos, o ministro se aproxima do fim de seu mandato como presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), mas sua aposentadoria, embora compulsória só ocorra aos 75, não está descartada.
A incerteza sobre sua saída da Corte tem crescido nos bastidores. Barroso, que já manifestou a intenção de deixar o cargo antes do prazo legal, tem evitado o assunto. No entanto, a recente organização de um jantar de despedida com ministros e amigos gerou especulações: seria a despedida apenas da presidência do STF ou da carreira como ministro? Ele encerra sua gestão nesta quinta-feira, antes de passar a presidência a Edson Fachin no próximo dia 29 de setembro.
O que a decisão de Barroso tem a ver com a política mineira? Uma eventual vaga no STF teria um nome de peso para ser preenchido: o senador Rodrigo Pacheco (PSD). Ele é o pré-candidato do presidente Lula (PT) ao Palácio Tiradentes, mas também é um dos favoritos para a vaga, com forte apoio de figuras como Davi Alcolumbre (União-AP) e outros senadores governistas.
Essa dinâmica coloca Lula em uma encruzilhada. Ele tem demonstrado a interlocutores que deseja fortalecer a candidatura de Pacheco em Minas, mas ao mesmo tempo, a vaga no Supremo também tem outros cotados, como o advogado-geral da União, Jorge Messias, além da pressão para a indicação de uma mulher, já que Cármen Lúcia é a única ministra da Corte.
Conforme publicado no site da Itatiaia, a aposentadoria de Barroso pode ter um efeito dominó na sucessão mineira. Se Pacheco for para o STF, a oposição ao campo bolsonarista em Minas precisará de um novo nome para construir uma candidatura competitiva, reconfigurando completamente a corrida pelo governo.