
A Polícia Federal desencadeou nesta quarta-feira uma operação de alto impacto contra um grupo do Rio Grande do Sul acusado de produzir e disseminar imagens falsas de teor sexual envolvendo parlamentares federais. As montagens, conhecidas como “deepnudes”, eram criadas com uso de inteligência artificial e circulavam em redes sociais com o objetivo de constranger e expor autoridades públicas.
A ofensiva policial cumpriu mandados de busca e apreensão na cidade de Lajeado, no Vale do Taquari. As ordens judiciais foram expedidas pela 5ª Vara Federal de Caxias do Sul, após a investigação reunir indícios robustos das atividades criminosas do grupo.
O caso teve início quando a Polícia Legislativa do Senado identificou publicações indevidas envolvendo parlamentares e encaminhou o material à PF. Com o avanço das apurações, descobriu-se que os suspeitos não apenas produziam os “deepnudes”, como também mantinham perfis que divulgavam mensagens racistas, defendiam ideias de superioridade racial e faziam alusão explícita ao nazismo.
Além dos crimes de exposição indevida da intimidade sexual, os investigados podem responder por apologia ao nazismo, discriminação racial e outros delitos previstos na legislação penal e na lei de crimes cibernéticos.
A operação marca mais um capítulo no avanço do uso criminoso de tecnologias de manipulação digital e reacende o debate sobre os limites e riscos da inteligência artificial quando utilizada para fins ilícitos e de ataque à honra de autoridades públicas.