
A Polícia Federal identificou indícios de que Carla Ariane Trindade, ex-nora do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, atuou em Brasília para facilitar a liberação de recursos do Ministério da Educação (MEC) em favor da empresa Life Tecnologia Educacional, suspeita de fraudes e desvios em contratos com prefeituras do interior de São Paulo.
A investigação, que também envolve Kalil Bittar, ex-sócio de um dos filhos de Lula, levou ao cumprimento de mandados de busca e apreensão nesta quarta-feira (12), autorizados pela 1ª Vara Federal de Campinas, que determinou ainda a apreensão dos passaportes dos investigados. Segundo a PF, Carla e Kalil teriam sido contratados pelo empresário André Mariano, dono da Life, para interceder junto a órgãos do governo federal, especialmente no Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
Relatórios da PF apontam que Carla viajou a Brasília com despesas custeadas por Mariano e participou de agendas no MEC e no FNDE, supostamente em defesa dos interesses do empresário. Já Kalil Bittar teria recebido uma “mesada” para prospectar negócios e usar sua rede de contatos após a eleição de Lula, em 2022.
A Life Tecnologia Educacional recebeu cerca de R$ 70 milhões de prefeituras como Sumaré, Hortolândia e Morungaba entre 2021 e 2024. Segundo os investigadores, parte dos recursos foi desviada por meio de empresas de fachada e contratos superfaturados.
Procuradas, as defesas de Carla Ariane e dos demais citados afirmaram que só irão se manifestar após terem acesso ao inquérito. O Palácio do Planalto e o Ministério da Educação também não se pronunciaram até o momento.