Polícia Federal cumpre mandados na sede do Governo Zema em investigação de esquema de Corrupção

A operação investiga corrupção e concessão de licenças ambientais fraudulentas que geraram um lucro ilícito de R$ 1,5 bilhão, com impacto ambiental e social significativo.

Polícia Federal cumpre mandados na sede do Governo Zema em investigação de esquema de Corrupção
Reprodução
Policia Federal

Na manhã desta quarta-feira (17/9), a Polícia Federal deflagrou a operação “Rejeito”, cumprindo 79 mandados de busca e apreensão e 20 mandados de prisão em Minas Gerais. A operação teve como alvos diversos endereços importantes, incluindo a Cidade Administrativa do estado, sede do governo mineiro, mineradoras na Serra do Curral, além de residências de luxo e escritórios de advocacia.

A investigação, que envolve servidores públicos dos órgãos ambientais do estado, como a Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam), o Instituto Estadual de Florestas (IEF) e o Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam), busca desmantelar um esquema criminoso que teria corrompido servidores públicos para conceder autorizações e licenças ambientais fraudulentas. As licenças possibilitaram a exploração irregular de minério de ferro em larga escala, inclusive em áreas tombadas e próximas a zonas de preservação ambiental.

De acordo com a Polícia Federal, o grupo investigado, além de corromper servidores, também atuava para obstruir investigações e monitorar autoridades, o que dificultou a ação do Estado. Em uma das casas visitadas, os policiais apreenderam joias e armas, além de encontrarem uma criação de carpas. As investigações também revelaram que a organização criminosa lavava o dinheiro obtido com suas práticas ilícitas. Estima-se que o lucro das atividades criminosas tenha sido de pelo menos R$ 1,5 bilhão.

O impacto do esquema vai além do lucro financeiro. A exploração ilegal de minério em áreas sensíveis traz sérios riscos ambientais e sociais, além de afetar diretamente a qualidade de vida das comunidades locais. Com projetos em andamento que podem somar um valor econômico superior a R$ 18 bilhões, as repercussões dessa rede de corrupção podem ser devastadoras para o meio ambiente e para a sociedade.

Essa operação reforça a necessidade urgente de um combate mais eficaz à corrupção e à exploração ilegal de recursos naturais, além de destacar a fragilidade do sistema de fiscalização e controle ambiental em Minas Gerais.