PSDB culpa PT pela expansão do crime e cobra eficiência no uso dos recursos da segurança

Aécio Neves afirma que o partido governou o país por 17 dos últimos 23 anos e critica baixa execução de verbas em fundos estratégicos

PSDB culpa PT pela expansão do crime e cobra eficiência no uso dos recursos da segurança

O PSDB voltou a criticar a política de segurança pública dos governos petistas e atribuiu ao PT parte da responsabilidade pela escalada do crime organizado no Brasil. A avaliação foi feita pelo deputado federal Aécio Neves (MG), que assume a presidência nacional da legenda no fim de novembro.

“O PT age como se não tivesse nada a ver com a expansão do crime organizado, como se o partido não tivesse comandado o país em 17 dos últimos 23 anos”, afirmou o parlamentar. Segundo ele, a inércia e a má gestão dos recursos destinados à segurança pública contribuíram para o fortalecimento das facções e a crise da criminalidade que hoje atinge estados como Rio de Janeiro e São Paulo.

Um levantamento do Instituto Teotônio Vilela (ITV), vinculado ao PSDB, mostra que o governo federal tem sido lento na execução de verbas destinadas a programas estratégicos da área. No caso do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen), criado para financiar a construção e ampliação de presídios, apenas 36,2% dos recursos foram efetivamente utilizados — o equivalente a R$ 565 milhões de um total de R$ 1,6 bilhão.

O desempenho também foi insatisfatório no Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP), que apoia ações de reequipamento, treinamento policial e integração de sistemas de inteligência. Dos R$ 7,3 bilhões previstos, apenas R$ 4,6 bilhões foram aplicados, o que representa 63% da execução orçamentária.

Para o PSDB, os números demonstram uma contradição entre o discurso e a prática do governo Lula: “Enquanto o país enfrenta uma das piores crises de segurança de sua história, o governo mantém parados bilhões de reais que poderiam reforçar as polícias e modernizar o sistema prisional”, diz nota técnica elaborada pelo ITV.

O Ministério da Justiça, por sua vez, respondeu que a execução dos recursos depende da adesão e da gestão dos governos estaduais. Segundo a pasta, os valores são repassados proporcionalmente aos entes federativos, cabendo a eles executar as ações previstas.

Aécio defende que o debate sobre segurança pública volte ao centro da agenda nacional e que o país adote uma política de Estado na área, com coordenação efetiva entre União e estados. “É preciso superar o improviso e o viés ideológico. O crime não é de esquerda nem de direita — é o inimigo comum que o Brasil precisa enfrentar com inteligência, gestão e coragem”, afirmou o deputado.

Para o PSDB, a omissão e o desperdício de recursos transformaram a segurança pública em um dos maiores fracassos da era petista.