
A instalação da CPI do Crime Organizado no Senado promete ser o novo palco da disputa entre PT e PL, que se movimentam nos bastidores para definir quem comandará os trabalhos. A comissão será oficialmente instalada na terça-feira (4) e deve votar, no mesmo dia, o plano de trabalho e as primeiras convocações.
O governo tenta emplacar o senador Fabiano Contarato (PT-ES), delegado da Polícia Civil, como presidente, mas enfrenta resistência entre os colegas. O líder petista Rogério Carvalho (PT-SE) surge como alternativa. Do outro lado, o grupo bolsonarista aposta em Flávio Bolsonaro (PL-RJ), presidente da Comissão de Segurança Pública e nome forte da chamada “bancada da bala”.
A relatoria ficará com Alessandro Vieira (MDB-SE), considerado um nome de consenso. A CPI surge em meio à repercussão da operação policial no Rio de Janeiro que deixou mais de 120 mortos e reacendeu o debate sobre o combate ao crime organizado.
Nos bastidores, a avaliação é que a comissão pode dar novo fôlego político à direita, em um momento de desgaste do campo bolsonarista após a prisão de Jair Bolsonaro e a falta de apoio no Congresso para pautas como a anistia dos golpistas do 8 de janeiro.