
Com a aproximação das eleições de 2026, o Brasil se prepara para eleger representantes para cinco cargos centrais: deputados estaduais, deputados federais, senadores, governadores e presidente da República. Dentre esses, os deputados federais desempenham um papel particularmente crucial: são eles que legislam para todo o país, fiscalizam o Executivo, decidem sobre recursos federais e suas prioridades e garantias afetam diretamente a vida das pessoas, de Norte a Sul. Escolher bem quem ocupará essas cadeiras não é escolha menor — é definir rumos.
A política participativa, mais do que um ideal, torna-se condição necessária para que a democracia funcione de fato. Não basta votar; é preciso acompanhar, cobrar, estar presente. Instituições democráticas se fortalecem com cidadãos informados, com debates públicos, com transparência nas decisões e com engajamento contínuo — seja participando de audiências públicas, mobilizando-se em torno de causas locais, entrando em contato com seus representantes ou mesmo participando das instâncias partidárias. Há sinais de que esse engajamento está crescendo: uma pesquisa do Instituto Pólis com jovens de 15 a 29 anos mostrou que 54% consideram a política “muito importante”, enquanto 45% mencionam “atuar em mobilizações de rua ou ações diretas” como forma de mudança, e 35% falam sobre participação em conselhos, conferências ou audiências.
Também é evidente que há defasagens urgentes: na representatividade de gênero, por exemplo, apesar de as mulheres representarem cerca de 53% do eleitorado nacional, elas são apenas 18,1% da Câmara dos Deputados (93 deputadas) e 19,8% do Senado (16 senadoras). O Brasil ocupa 133º lugar no ranking mundial de presença feminina nos parlamentos. Esses dados mostram que há avanços, mas que estão longe de garantir igualdade e diversidade política plena.
Outro desafio urgente é trazer a participação da juventude, mostrando que a política de hoje é o futuro de todos no amanhã —Pesquisas mostram que apenas 1% dos jovens até 24 anos estão filiados a partidos no Brasil. Isso é preocupante porque, sem participação institucional, torna-se mais difícil para essas gerações exercerem influência real nas decisões legislativas. Políticos modernos precisam entender de novas formas de comunicação, de economia digital, de sustentabilidade, ciência, tecnologia, direitos humanos e responsabilidade social — todas demandas crescentes da população.
O ano de 2026 promete ser decisivo. E na minha visão, o equilíbrio permanece como bússola. As extremidades políticas — tanto à direita quanto à esquerda — tendem a acentuar divisões, polarizações e conflitos que, em última instância, prejudicam a eficiência do Estado, a convivência civil e a capacidade de se construir políticas públicas duradouras. O centro, entendido não como vazio ou falta de convicções, mas como espaço de diálogo, de convergência possível, oferece a melhor oportunidade para unir o Brasil em torno de projetos reais, de longo prazo. Se a eleição de 2026 for feita com consciência, participatividade e responsabilidade, ela pode marcar um ponto de inflexão — para melhor.