STF pagou R$ 4,4 milhões a empresa investigada na “farra do INSS”

Contrato firmado em 2022 com agência de turismo citada pela PF levanta questionamentos

STF pagou R$ 4,4 milhões a empresa investigada na “farra do INSS”
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STF

O Supremo Tribunal Federal (STF) desembolsou R$ 4,4 milhões, entre 2022 e 2023, em um contrato com a Orleans Viagens e Turismo, empresa citada nas investigações da Polícia Federal sobre a chamada “farra do INSS”. O acordo previa a emissão de passagens aéreas, roteiros e seguros de viagem para a Corte, e foi encerrado em setembro de 2023.

A Orleans foi apontada pela PF como beneficiária de repasses da Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores Familiares (Contag), entidade investigada por suspeita de descontos ilegais em aposentadorias. Segundo relatório policial, a empresa recebeu R$ 5,2 milhões da confederação, sem justificativa aparente, e apresentou movimentações financeiras incompatíveis com seu faturamento declarado.

O documento destaca ainda que a agência é proprietária de veículos de luxo — como Porsche 911 e Dodge Ram Rampage — levantando indícios de desvio de recursos e possível sonegação fiscal. Por conta das suspeitas, a Orleans virou alvo da CPMI do INSS no Congresso, que já aprovou pedido de quebra de sigilo bancário da empresa.

Em meio às apurações, o STF não se manifestou oficialmente sobre o contrato. A Corte já havia sido alvo, no ano passado, de notícias falsas que insinuavam o custeio de viagens de ministros para eventos internacionais pela mesma empresa.

O caso segue em investigação, e o espaço permanece aberto para manifestação do STF e da Orleans.